terça-feira, 1 de março de 2011

As Cariocas: Nazaré, a mulher “psicopata”.


Ser um psicopata é uma doença. Ser mulher é a mesma coisa que nascer com essa doença, mesmo que ela não se desenvolva totalmente no decorrer da vida. Você pode não perceber, mas elas já nascem mais instintivas, mais minuciosas (pois possui o branco do olho em maior quantidade que os homens) e com o espírito de auto-sobrevivência. Nazaré, loira, bonita e sensual, fogo entre as pernas, boca safada. Foi sempre muito atenta aos homens que escolheu, virgem já não era desde quando nasceu. No amor, ela era no estilo bem me quer e mau (foda-se) quem não quer. Não se prendia a regras, não gostava de relacionamentos sérios, não acreditava em fidelidade masculina. Homens são todos galinhas, não podem ver um buraco que já ficam doidos, ela dizia. Em um baile forrozeiro que costumava ir a seu bairro, conheceu Giuliano. Modelo, alto, carioca da gema, sabia como deixar uma mulher de quatro em apenas algumas horas de um jantar. Olhares sustentados, ela o caçara. Em menos de uma semana os dois tiverem alguns encontros, ora singelos como passear no parque ou comer uma pizza (esses ela detestava, achava muito retro e muito broxante), ora ardentes na cama de Nazaré. Certa noite, Giuliano estava tomando um banho, ela resolveu checar o celular de seu quase concubina. “- Oi gatinho! Seus beijos são mais doces que meu doce de pavê, seus olhos mais lindos que o ator da TV. Não chora, me liga, você tem meu amor. Bjokas da Cris pantera.” A vizinhança não sabia o que estava acontecendo, de tantos palavrões parecia mais um filme pornô ou um barraco de família, quebra-quebra que parecia os protestos no Egito. Giuliano recolheu suas coisas e voltou para sua quitinete em cima da pensão da dona Branca, a maior fofoqueira do bairro. Nazaré não sabia se chorava, ou se limpava a casa, se ligava para essa tão de Cris ou se ia à delegacia de mulheres e inventar alguma mentira para Giuliano ir preso. Olhando de fora, Giuliano tem culpa de alguma coisa? Nazaré está certa ou errada? Nunca Giuliano exigira alguma fidelidade ou algum laço de afeto mais forte para com Nazaré, para ele tudo estava bem no começo ainda. Muitos dizem que fidelidade é questão de caráter. Concordo, mas fidelidade em pegação ainda não existiu e nem sei se vai existir. Nazaré está arrasada, achando que foi traída, não compreendida, foi usada como um passatempo comestível de algumas horas. Ela descobre que o ama. Isso é amor, senhora? Ciúme, possessividade, perseguição? A partir daí ela ligou para o celular dele, não teve resposta. Ela foi à quitinete, ele não estava. Galinha, já está na gandaia, pau de toda obra. Nazaré esperou até o dia raiar em um meio fio da calçada suja até que aparece Giuliano vindo agarrado com uma biscate de saias curtas e batom vermelho.  A cena é realmente fácil de acreditar, era o óbvio. Nazaré queria acreditar que ele era o homem perfeito, o cara, o mundinho dela. Ele se aproximou, ela recuou. Disse-lhe que era uma prima distante que chegou a cidade. Tapa na cara. Todo o comportamento de uma mulher diante de uma situação demonstra quão duro é a realidade do entendimento do universo masculino. Ela jura que o que sentira por Giuliano era amor, paixão, loucura. Para ele, ela foi apenas mais uma de sua lista telefônica da parte N. Tolinha. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário