segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Domingo com um amor sem escalas.


- Casa comigo?
- O que? Casar? “Me and you, Just us two”?
- Sim, Arthur. Promete que um dia vamos ficar juntos? Não sei, nos conhecemos há tanto tempo, uns 2 anos, não é mesmo?
- Não brinque comigo. Você sabe como eu sou, meus ideais de valores e minha personalidade. Eu gosto tanto de você. É uma pena podermos apenas nos encontrar de ano em ano.
- Eu não conseguia olhar em seus olhos, você lembra? Fizemos amor antes para depois podermos conversar minúcias. Eu tenho medo.
- Medo de que? Eu não sou sínico e chato como você mesma disse? Não precisamos ter medo de pessoas assim, apenas controle.
- Tenho medo de gostar de você. Moramos em regiões distantes, sou mais velha, você é bonito e desperta ciúme em mim. O que eu devo fazer? Feche os olhos para eu não poder olhar para eles, agora.
- Eu gosto de você. Você sempre soube disso. Com você é diferente. Ao mesmo tempo que você me deixa louco e atiça meus instintos, você me faz duvidar até do que eu estava pensando no último instante.
- O que você quer dizer com isso? Pode falar, amorzinho. Fala.
- Sabe um ponto de interrogação? Eu olho para você e não consigo te decifrar. Eu sou acostumado com pessoas previsíveis, tenho que lidar com aquilo que as pessoas estão pensando em fazer e já fizeram, é o meu trabalho. Eu não sei nada sobre você. Não me olhe assim. Quem é você? Quem é você fora do meu alcance?
- Bem, Arthur. Eu não tenho o que mentir para você. (...)

- Então, satisfeito com o que ouviu? Você conheceu quem está aqui com você só que com uma vida totalmente diferente. Se você quiser ficar só na amizade, eu vou entender, mas não quero te perder.
- Quem disse que eu quero te largar?
- Não quer?
- Não quero. Eu já sabia de certas coisas. Eu já sabia do seu casamento. Desde que eu me entendo por gente aliança no dedo esquerdo é aliança de casamento. Eu queria saber quem era você aqui, no seu coração. Obrigado.
- Prometa que um dia você vai lá na minha cidade me ver? Você pode juntar dinheiro, não gasta com nada, e no final do ano eu posso te esperar.
- Esse era um dos meus maiores medos. A hora de dizer adeus. É a terceira vez e ainda não me acostumei. Não faz essa cara se não eu vou chorar igual da última vez, amor. Eu prometo que irei te ver. Você me tem lembra? Você não está sozinha mais. O mesmo itinerário de despedidas, os mesmos choros, os mesmos abraços igual da última vez. Até quando eu vou te esperar? Viver sem seu carinho dói. É como se fosse uma droga que eu poderia ter todos os dias se os tempos fossem outros e deliciar-me a todo o momento com a sensação que ela poderia trazer-me. Eu vou te esperar. Não me canso de falar isso olhando nos seus olhos. Eu te amo. Mesmo com inúmeras características que você me agrada, motivos para gostar de você, eu sei que algum dia vai ter algum lugar bonito para podermos viver em paz, além do horizonte ou não, só espero que saiba que eu sou seu. Em casa vou me levantar-me pela manhã, tomar o café que eu mesmo preparei e humildemente vou me lembrar da vida e das mulheres que amei. E você será a mais especial delas. Não me abandone, jamais.

" I promisse to sing to you when all the music dies." (Marry me - Train)

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Eixo e silêncio.


Perdido em meus dias, eu estava. Precisava de algo para ter-me de novo. Foi assim como ver o mar. Você botou-me no eixo novamente. Entretanto por destino ou atitudes feitas estou aqui sobre luz baixa e barulhos da noite ao meu redor digerindo aquilo que não recebi, um grito de chamada de volta. Sinto horror à tamanha atitude minha. Como não demonstrei em atitudes aquilo que em palavras escritas ou faladas poderia esclarecer tudo o que eu pensava? Pensar era algo que eu não estava fazendo. Não queria ser racional. Queria que fosse diferente dessa vez, em tempos, essa atitude não vista em mim. Conhecer o arroz e feijão, antes de provar da Carne. Saber se prefere campo a mar, antes de se apaixonar. Antes era tudo muito rápido, desacelerei para ver se resolvia, a velocidade mínima foi excedida. É como se nada tivesse acontecido, ao contrario, as imagens de dois jovens no sofá que acabara de se conhecer, conversando, rindo e, por vezes, se beijando não sai de minha cabeça. Loucura ou não, um veneno doce para amedrontar minha noite. Não me tornarei aquilo que sempre julguei atitudes erradas e extremamente invasivas. Simplesmente falo o que penso e deixo ir. Frieza, ou não, é a maneira que encontrei para que o silêncio não me torture. Às vezes, o silêncio machuca mais que aquelas palavras ditas. Eu não sei se é por causa de entendermos o que ele significa ou se não queremos acreditar nele. Quanto uma quanto a outra, machuca. Li que há pessoas na vida que sabem exatamente a hora de ir, como folhas que caem no outono porque simplesmente está na hora de deixar o que a sustenta e decorar o mais doce chão do final de tarde de um parque. Tudo está diferente, tudo está a mesma coisa ao meu redor. Será entorpecente? Sinto aquela calma de uma tarde após o almoço deitado na varanda, sabendo que sem expectativas não há decepções. Algo me encoraja, pelo menos. Fui corajoso o suficiente para promover toda a mudança de meu dia e receber em troca felicidade, tive a honra de acreditar em dias melhores mesmo que isso venha a calhar no dia posterior e, principalmente, acreditei que o romantismo ainda existe e que ele não pode ser deixado de lado. O coração vem antes do corpo, do carinho e do reconhecimento de quem realmente está ao seu lado. Pensar já me cansou demais, prefiro ainda, ficar nessa cegueira branca que me conforta e faz meu mundo ser menos complicado enquanto não encontramos aquela loucura irracional da paixão novamente. Passou, se não, vai passar. Amanhã é o dia de esquecer. Hoje ainda posso recordar.