Hoje comecei meu curso de Hotelaria. Como haviam me avisado,
o curso é bastante defasado e muito simplificado, aquele curso para você saber
o básico – mas o básico nessa área, e duas línguas estrangeiras fazem toda a
diferença. O primeiro dia de aula, o primeiro dia de trabalho, o primeiro dia
em um local diferente do que o seu de costume, costuma ser meio difícil de
lidar. Chego cedo para tentar tirar a minha fama de “o atrasado”. Professora,
pessoas que eu nunca tinha visto antes. Para minha surpresa, quando abri a
porta, minha professora de italiano estava sentada na primeira carteira, quase
não acreditei, pensei que era miragem de uma Ju. Algumas pessoas estavam ali,
não por necessidade, mas por prazer ou interesse, pois ganhara o curso de
brinde ao ingressar em outro. É o que eu digo, todos nós viajamos, todos gostamos
de viajar, mas para quem é interessado no assunto, fica o gostinho de querer saber
sobre uma coisa ou outra de Turismo ou Hotelaria. Dinâmica da oportunidade, problema
em grupo da Naza. Foi a partir dessa resolução de problemas que consegui ver o
perfil de algumas pessoas que me cercavam: uma psicóloga que trabalha com dependentes
químicos (nem preciso mencionar que meus olhos brilharam), uma menina que era
técnica em química e uma outra de apenas 14 anos, eu e Ju. Tive que lidar com
um comportamento meu que se manifesta sempre quando estou em trabalho de grupo:
ser mandão, querer persuadir as pessoas para que escolham a minha opinião,
querer saber de tudo. Para pessoas que não possuem isso e que são extremamente
sociáveis não entendem o quão difícil é abrir o jogo e saber que as pessoas
possuem opiniões opostas, ou que podem até contribuir com a sua, ou
simplesmente pensar de outra maneira que irá facilitar a resolução. Desculpe-me
os fortes, eu sou fraco. Há muita
interação na turma e sei que cada um dali poderá contribuir para a formação profissional
do outro. Hoje nós somos um céu sem estrela com apenas um rastro marrom de
conhecimento, porque é muito pouco tempo para que surja a interação e
intimidade (coisa essa que eu gosto de criar bem rápido, acho primordial em uma
relação, talvez possa ser um defeito meu, olhando a olhos estranhos ou em
culturas diferentes da minha). Volto
para casa com um ânimo fervoroso de estudar mais sobre o assunto e focar no
inglês (pois vou fazer um exame de Cambridge em junho). Bethoven, meu golden
retriever, já esta deitado ao meu lado com sua bolinha, procurando ver o que
sempre escrevo e que tanto o incomoda. Talvez chova em Arrozal, as noites estão
ficando mais negras, será que é assim que tudo acontece na zona rural? Devo
estar virando um matuto mesmo, pois caseiro eu já sou. Good night, Buonanotte,
Boa noite.
"Então você escreve por reconhecimento interior e externo mundano, compartilhamento de informações seja por vontade, seja por carência. Escreve, pois precisa ter alguém nem que seja sua mãe para ler suas anedotas, escreve, pois é algo que você nunca sentiu prazer e excitação e agora, sem explicar o porquê sente-se completamente feliz, como se fosse o seu momento,escreve porque as palavras brotam de sua mente sem explicação."
quinta-feira, 3 de março de 2011
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nós dois temos o mesmo problema: mania de mandar e persuadir. mas com o tempo você se acostuma com as atividades em grupo e aprende a entender as pessoas. bom texto, muito interessante. boa sorte pra você, em tudo!
ResponderExcluirum beijo!
Th.