quarta-feira, 16 de março de 2011

Ser um sonhador (to be a dreamer).


E daí se eu olho pelas janelas do ônibus e imagino-me em outra cidade? Se quando estudo inglês, eu crio um amigo imaginário super nerd para que eu possa treinar e saber improvisar nesse idioma? Se quando falo (parlo) italiano, imagino-me conversando com os meus parentes que vivem em algum lugar da arrebatadora Itália? Eu sou um sonhador, não escondo mais isso. Quando pequeno, morando em Angra dos Reis, eu dormia pensando que o dia seguinte seria um dia a menos, um dia riscado do calendário, para o alcance da “idade de escolha” (12 anos no caso). Sempre soube que aquele lugar não era meu, eu não nascera ali, eu sou um parasita de um lugar que não me deseja. Chegando o momento de mudança para Volta Redonda, eu tinha tudo. O lugar que sempre quis morar, minha família por perto, o quarto grande. Mas um sonho nunca se acaba. Você pode concluí-lo, mas haverá ramificações do mesmo que levará você a sonhar mais e mais. Voando alto com destino a Notting Hill. Trabalhando pela primeira vez na Ilha Grande, ganhando um bom dinheiro na época, via que faltava algo para tornar-me um ser respeitado (acho que a maioria das coisas na minha vida gira em torno disso). Ser aquele cara que os pais falam nas reuniões de família: “meu filho é foda!”. Eu não queria ser o assunto de terapias e nem de ser aquele filho que escuta isso sobre o seu irmão. Decidi aprender Inglês com 16 anos, eu era o novato da turma da Wise Up (aquele curso de 18 meses,sabe?). No meio de tanta gente importante: médicos, engenheiros, presidentes de empresas, lá estava a minha roliça pessoa de dentes brancos. Eu estudava dia e noite. Eu queria demonstrar a todos que eu sabia outro idioma (coisas de adolescentes, aqueles blá blá blá). Corria atrás em todas as provas, ás vezes até deixando de estudar as matérias do colégio, para poder ter um bom estudo da língua inglesa. Tudo isso por que? Londres, conhece? Uma cidade que eu nem posso ver as fotos que já me dá raiva só por não poder estar lá. Eu sei, eu gosto de “viajar”, em todos os sentidos dessa palavra. Hoje, com o curso de inglês nas mãos, ensino médio concluído, faculdade no papel para mais tarde, eu quero é viver. Hoje eu sou jovem, mesmo ouvindo que isso tudo é loucura. Aprendendo italiano e estudando ainda mais, é hora de arranjar um emprego para poder pagar as despesas do meu próximo sonho. Assim, torna-se um ciclo, tudo é um ciclo. Eu vou lutar por tudo aquilo que eu quero. Se eu quebrar a cara como tantas pessoas alertam-me, eu vou rir. Eu quis me jogar, eu quis voar. Ser sonhador é assim, sua mente é amiga de seus pés. Mesmo você não estando no lugar que desejas, fazendo o que desejas, você está lá, de alguma maneira. Quem sabe em um futuro próximo não esteja mesmo? Sonhe, o mais alto que puder. Quando esse alto for atingido, se jogue no abismo do contentamento interior e saboreei a inveja dos alheios.    

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