De volta ao sítio da semana passada, começo minha semana. No
degrau da capela, junto à noite mais negra, com seus trovões e raios, a chuva
começa a cair. Sentado, não queria me mexer, cantando eu queria continuar. Cada
trecho de “Far Away” expelido pela minha boca era misturado ao vento frio,
vento esse que começou a soprar desde o café da tarde. Eu pensava e dispensava.
O objetivo era pensar em nada, apenas sentir a noite fazendo o seu papel negro,
a chuva resfriando o ambiente e o céu decorativo com cores que iam do marrom ao
verde até chegar ao azul marinho, pintura de quadro. O fio molhava meus
cabelos, caia sobre meu peito, me arrepiava. Desde ontem parece que tive um
presságio. Era de madrugada, uma estrela não parava de piscar muito forte em
direção ao Oriente. Ao sair de minha casa, a estrela não só brilhava como
mudava de cor (amarelo, azul, verde e vermelho) e ás vezes, se mexia. Não posso
constatar que era um disco voador ou qualquer coisa parecida. Eu nunca tinha
visto uma coisa daquela e não iria acordar ninguém para que me chamassem de
louco. Verdade seja dita: eu não uso drogas, não estava alcoolizado e não tenho
distúrbios mentais. Fiquei com medo e tentei dormir, rezando para cair no sono
logo e que alvorecesse depressa. Tomando café, calado e sem paciência, não troquei
essa informação com ninguém. Foi uma experiência única, assustadora e sem nexo
para mim e para minhas conclusões estudadas. À tarde fui correr, o tempo estava
fechando, chuva boa estava por vir. Quando estava no meio do caminho ouço um
elogio: “- Que isso, heim? Benza Deus.” Mesmo o elogio sendo muito caipira, bem
que eu gostei e dei um sorriso, bem retribuído por sinal. Não estou aqui para
ser caçado, e sim para ser arrematado por alguém novamente. As mulheres estão
perdendo seu valor próprio de ser mulher, de ser frágil, de ser entendida, de
ser conquistada. O papel inverteu, o homem quem escolhe quem quer ao seu lado
ou quem sai da jogada. Meu primo da roça resume isso tudo em: Vadias! – acho o
termo muito vulgar, eu diria promiscuas. Tenho exemplos de mulheres que são
direitas e ganham muito mais com isso, não é toa que são minhas melhores
amigas. O bom de estar na roça é que você tem vontade de fazer coisas “de
roça”, hoje jogamos uma partidinha de tranca antes do jantar. O carteado sempre
une muito as pessoas. Depois de cantar, ganhar um banho de chuva e conversar
com a Jenny, vou me retirar. A chuva está caindo no quintal, o vento está
soprando em meus ouvidos, momentos bons estão por vir, dias melhores (...)
"Então você escreve por reconhecimento interior e externo mundano, compartilhamento de informações seja por vontade, seja por carência. Escreve, pois precisa ter alguém nem que seja sua mãe para ler suas anedotas, escreve, pois é algo que você nunca sentiu prazer e excitação e agora, sem explicar o porquê sente-se completamente feliz, como se fosse o seu momento,escreve porque as palavras brotam de sua mente sem explicação."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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