sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sítio: Quem canta seus males espanta.


De volta ao sítio da semana passada, começo minha semana. No degrau da capela, junto à noite mais negra, com seus trovões e raios, a chuva começa a cair. Sentado, não queria me mexer, cantando eu queria continuar. Cada trecho de “Far Away” expelido pela minha boca era misturado ao vento frio, vento esse que começou a soprar desde o café da tarde. Eu pensava e dispensava. O objetivo era pensar em nada, apenas sentir a noite fazendo o seu papel negro, a chuva resfriando o ambiente e o céu decorativo com cores que iam do marrom ao verde até chegar ao azul marinho, pintura de quadro. O fio molhava meus cabelos, caia sobre meu peito, me arrepiava. Desde ontem parece que tive um presságio. Era de madrugada, uma estrela não parava de piscar muito forte em direção ao Oriente. Ao sair de minha casa, a estrela não só brilhava como mudava de cor (amarelo, azul, verde e vermelho) e ás vezes, se mexia. Não posso constatar que era um disco voador ou qualquer coisa parecida. Eu nunca tinha visto uma coisa daquela e não iria acordar ninguém para que me chamassem de louco. Verdade seja dita: eu não uso drogas, não estava alcoolizado e não tenho distúrbios mentais. Fiquei com medo e tentei dormir, rezando para cair no sono logo e que alvorecesse depressa. Tomando café, calado e sem paciência, não troquei essa informação com ninguém. Foi uma experiência única, assustadora e sem nexo para mim e para minhas conclusões estudadas. À tarde fui correr, o tempo estava fechando, chuva boa estava por vir. Quando estava no meio do caminho ouço um elogio: “- Que isso, heim? Benza Deus.” Mesmo o elogio sendo muito caipira, bem que eu gostei e dei um sorriso, bem retribuído por sinal. Não estou aqui para ser caçado, e sim para ser arrematado por alguém novamente. As mulheres estão perdendo seu valor próprio de ser mulher, de ser frágil, de ser entendida, de ser conquistada. O papel inverteu, o homem quem escolhe quem quer ao seu lado ou quem sai da jogada. Meu primo da roça resume isso tudo em: Vadias! – acho o termo muito vulgar, eu diria promiscuas. Tenho exemplos de mulheres que são direitas e ganham muito mais com isso, não é toa que são minhas melhores amigas. O bom de estar na roça é que você tem vontade de fazer coisas “de roça”, hoje jogamos uma partidinha de tranca antes do jantar. O carteado sempre une muito as pessoas. Depois de cantar, ganhar um banho de chuva e conversar com a Jenny, vou me retirar. A chuva está caindo no quintal, o vento está soprando em meus ouvidos, momentos bons estão por vir, dias melhores (...)


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