quarta-feira, 2 de março de 2011

Carta de uma guerra.


Minha Sweetie,

Desculpe por ousar escrever sobre você, sobre nós. Cada vez que ouço sua voz novamente é como anjos soprando suas cornetas em meus ouvidos, fazendo-me relaxar com o efeito de uma antiga canção de ninar. Peço-lhe desculpas por ser mortal, homem, pecador e sem coração como em muitos momentos não entendi você. Quando você mais precisou de mim, eu virei, te olhei e desisti da guerra. Oh minha gueixa, tão frágil por fora, tornando-se um leão faminto em busca de comida e proteção para seus filhotes. Não nego que por momentos duvidei de todo o seu amor, de todas as suas cartas escritas por mãos tão macias que deveriam ter sido beijadas da ponta de suas unhas até o osso menor de sua palma. Não digo que duvidei por inteiro, apenas não tinha tido um excesso de atenção, carinho e entrega de outra pessoa tão grande em minha vida. Minha mãe se orgulharia de ter-te como nora, poderia até me bater se soubesse que eu te perdi. Se você for essa pessoa que é hoje por minha culpa, eu devo ser um monstro mais esdrúxulo e indigno de perdão dentre as pessoas ordinárias dessa Terra. Volte a ser como eras antes de mim. Brinque sem medo do que os outros irão dizer, demonstre seus sentimentos aos seus futuros e presentes pretendentes. O raro nas pessoas são isso, para que diabos ter medo de ser quem você és? Isso é uma máscara, um jogo, uma guerra de um coração partido. Léguas me distanciam de você, minha amada. Queria estar com você para enxugar suas lágrimas límpidas de nenhum pecado mortal. Volto a ser um poeta, não importando se é cantiga de mau dizer ou simplesmente de amigo. Prefiro que sejamos enquadrados dentro de novelas de cavalaria, onde o príncipe salva a princesa em seu cavalo branco e eles fogem rumo ao horizonte por do sol. Mentiras, farsas, irregularidades nos rodeiam, eu via tudo que há de bom em seu coração. Em minhas orações peço que Deus a proteja e sinto-me pequeno por não poder ser eu esse guerreiro ao seu lado para junto a Ele fazer seu glorioso papel. Espero que ao acordar, possa abrir seus olhos para um novo dia e imaginar que realmente é um novo dia, e não apenas mais um dia qualquer. Se hoje sou o que sou, você teve influencias indiretas nisso. Olho o verde, penso em seu ciúme e cuidado. Olho o céu e imagino a imensidão de grandiosidade que existe em seu coração. Olho a chuva e lembro quanto frágil tu és. Relembro e olho a lua e não penso mais em nada, apenas aprecio o momento de felicidade por lembrar-se da pessoa que mais me amou. Pensa em mim, pois em algum lugar do mundo eu estarei pensando em você.  Seu e para sempre seu, Arthur. Adeus.

“A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer. Fica pensando que não vai sofrer. Que não faz mal se tudo terminar. Um belo dia a gente entende que ficou sozinho. Tem a vontade de chorar baixinho. Tem um desejo triste de voltar. Você se lembra, foi isso mesmo que se deu comigo. Eu tive orgulho e tenho por castigo a vida inteira pra me arrepender. Se eu soubesse naquele dia, o que sei agora, eu não seria este ser que chora. Eu não teria perdido você.” (Castigo – Dolores Duran)

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