segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Uma matéria diária sobre uma vida, uma pauta sobre o coração.



                De acordo com que tudo que já vivi, irei te eternizar em um texto. Findadas todas as conversas, as verdades dolorosas de se viver daqui pra frente, o que restou de uma rotina de um pseudo grande relacionamento. Prefiro não mais me quedar em ilusão, venho aprendendo que a realidade tem o seu valor quando não encontramos uma saída pelo coração e seu grande rio de sentimentos, os melhores que há em mim.
      Conheci você não por acaso, mas por acaso acabou sendo. Era dias de tristeza, escuridão plena, um fim de relacionamento. Dois corações quebrados e pisoteados, dois seres que se uniram pela troca de carinho e ajuda sentimental. Como não se encantar pelo seu rosto delicado, o seu sorriso tímido, os seus olhos pequenos e expressivos, seu cabelo macio que era lavado com xampu para crianças e que eu adorava tocá-lo, sua pele mais branca que os flocos de neve de uma noite de nevasca? Passava os dias, hora me lamentando por ter perdido quem eu amava, hora olhando suas fotos e o que você escrevia. Trocamos mensagens, necessitávamos um do outro de alguma maneira. Como para ter o sorriso singular, único que sempre esperamos ter para o dia nascer e dormir feliz, mesmo que ele viesse em linhas distantes, porém com mais presença do que palavras que escutamos todos os dias de pessoas comuns. Foi crescendo isso tudo e a vontade era maior do que qualquer distancia, do que qualquer medo.
      Ouvir você dizer que dormiu vendo minhas fotos, porque te acalmava, olhar as suas mensagens sempre tão carinhosas e famigeradas por uma resposta para sentir a minha presença, sentir que eu afastava a escuridão do seu choro e tristeza, quando você fora enganada pela mais víbora das espécies, um ser humano sem amor e incapaz de amar. Eu me encantava a cada dia, eu precisava daquilo, mesmo que nada parecia verdade. Era verdade para mim, oras. Fazia-me bem, me mudava, me fez esquecer o sofrimento que eu devia passar por deixar ir quem eu amava.
       Rezo e agradeço a humanidade pela tecnologia fornecida. Se não fosse o celular, estávamos nas cartas até hoje, mesmo que isso nem tenha chegado a acontecer. Pego-me pensando como passávamos horas ao telefone até o dia amanhecer. Esperava você chegar do trabalho, editar o material, e ficava aguardando a hora que o celular ia tocar. Como um adolescente, que gosta de uma pessoa e esta nem imagina da existência desse sentimento tão belo. Trocamos confidências, lendas de família, como vivíamos, o que nos aproximava, o que nos fazíamos pensar como éramos tão parecidos, o que esperaríamos para o futuro. Trocamos fotos de nosso cotidiano. Como eu me divertia com aquilo. Entrava no seu mundo e caia de para quedas em sua rotina. Tantos bilhetes distantes que queríamos ter ouvido ao pé do ouvido. Tantos telefonemas no meio do trabalho para recordar da nossa presença e quanto um era importante para o outro. Tantos risos e caras de bobo disfarçados infrutiferamente que oferecemos para as pessoas ao nosso redor.
            Confesso que tive medo várias vezes de viver essa nova realidade, mas queria que essa fosse diferente. Não consegui segurar os meus ciúmes, neuras, imediatismo. Você começou a se assustar com a minha ausência por não ter tempo, e eu comecei a ficar com medo de não saber lidar com a enxurrada de sentimentos em mim. Você perguntava se aconteceu alguma coisa, eu me esquivava, mesmo sabendo que você percebia. Um mês depois, nos conhecemos.
            Um sábado tranqüilo, quente, ensolarado. Típico do mês de setembro no Rio de Janeiro. A vontade de nos conhecermos era imensa, o querer saber do toque, os olhares ao vivo e de soslaio, como seria quando nos veríamos pela primeira vez, como reagiríamos na presença do outro. O seu apartamento em obra, fase final, mas uma conquista que irradia de você. Mantas ao chão, travesseiros, TV e uma geladeira farta de coisas que você formidavelmente conseguiu reunir todas de meus desideratos, agrados e mimos. Espero na porta do prédio, aquela pessoa alta me aguardando. O nervosismo, pego o meu melhor remédio, o sorriso. No elevador, luzes se apagam e um beijo. Pronto. Não tinha uma única palavra a ser proferida por mim, a não ser, enfim juntos.
            Fomos comer no restaurante onde você quando criança achava que o couvert era o café-da-manhã e nos entupimos de informações sobre o outro e muita comida. Andamos, fazendo perguntas a nós mesmos sobre agrado, o que fazer, o que dizer. Na hora, em si, não havia isso. Quem falava mesmo era o coração. Espero você voltar pro serviço com vários bilhetes: “está tudo bem aí?”, “fique a vontade! tem comida na geladeira, pode tomar banho, estou chegando.” Conversamos mais e dormimos cansados quando o sol estava amanhecendo, juntos, depois de descobrir o porquê de sermos tão quentes. Acordamos tarde, queríamos ir ao cinema e, assim, fomos. Filme escolhido por mim, ronco por você. Ainda não acredito que você dormiu no cinema, mas foi divertido. Voltando para casa e você perguntando quando eu vou embora, falando de quando eu voltar em outubro depois das minhas provas, se estava tudo bem...
                  A última noite, você me interpelando sobre a vida e o que eu passei, desabafando como um amigo que quer sempre saber para poder ajudar, e eu lá, em meio ao acordar cedo e desejando que aquele momento nunca acabasse. Não me esqueço de como você me olhou fixamente antes de dormir e falou “eu te adoro”. Ao acordar e se despedir, hoje vejo que foi normal, no dia foi um martírio de gente adulta. Voltando pra casa, novas promessas, lendo você me chamar de querido e como eu era especial. Desde então, algo em mim mudou.
            Não sei qual foi a mudança, senti que havia mudado alguma coisa entre nós, o que era pra ser, não foi ou se tornou a ser. Fiquei confuso com aquilo e acabei me transformando no meu pior lado. Deixava de dar notícias, queria sumir, era gelado e frio, exigia atenção, mas não a prestava, sentia ciúmes por bobeira para ouvir depois que as pessoas só querem fazer amizade, um sentimento do que eu, apenas eu, não fosse suficiente para você. Eu sabia de tudo, não era a mesma química.
            Semanas se passaram, tentando concertar o que é torto, usar-se de teoria que a amizade tem que vir primeiro para depois sermos amantes novamente, os vocativos que eram tão lindos se perderam em algum tempo, as fotos foram acabando, a rotina sabida também. O que queríamos a mais? Tentei lutar, avisei várias vezes, mas o que é certo para mim, não é para você. O que eu valorizo, pode não ser a sua primeira opção. O sentimento foi acabando, se tornando um ruído em meio a multidão de nossas dúvidas e falta de iniciativa.
            Descobrir que você se apaixona rápido me fez sentir algo que nunca sentira antes na vida tão fortemente, inveja. Inveja de olhar que você pôde amar uma pessoa que destruiu com a sua vida da maior maneira possível, mas foi incapaz de me amar daquela maneira, que deveria ser. Não digo que te amo, mas o gostar é único, esse gostar. O gostar não deve ser unilateral e nem ter teorias que você julga ter que agarrar em algo para se firmar. Quem gosta, dessa maneira que eu gosto, permite-se logo de primeira e não sabe se esta certo ou não, você sente. Demorou para eu descobri isso, mas a verdade esta lá fora e só precisa ser revelada. Eu descobri, da maneira mais singela e dolorosa disso, aos 20 anos, que não importa o quanto você goste de uma pessoa, você não é capaz de faze-la te amar ou gostar a sua maneira. Isso é a vida, é a química, é o destino, em diminuto ao seu desejo.
            Valorizar um sentimento é a coisa mais importante que devemos aprender nessa fase. Você deve ser o melhor para você mesmo. A ilusão é dona do começo e não do final. O final é a realidade, doce ou amarga ou sem sabor. Eu fiquei com a realidade sem sabor. Vai ser estranho não te ter em meus dias, contar o que esta acontecendo, o que eu vivi ou deixei de viver ao seu lado distante. No momento, ser amigo é uma tortura. O agora exige uma reflexão de tudo e quem sabe ainda um dia não seremos para a vida, para a minha ou sua vida, para a nossa vida.
            O “e se” torna-se o final de vivência de quase 3 meses com uma pessoa. Uma pauta a cada noite, uma notícia a cada momento, dois corações idênticos em meio a imensidão que divide a amizade e o se apaixonar. Fomos de certa forma melhores amigos, com benefícios por algum tempo. Assim, nos tornamos um maravilhoso artigo para se lembrar durante a vida, ou em um café da manhã ou em livros de poema.  

  
              
 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

- 100 dias com ela

       “Eu hoje joguei tanta coisa fora e vi o meu passado passar por mim”. Uma semana depois que tudo acabou. Nenhuma ligação, nenhum ato, nenhum sinal que fizesse sentido aquilo que acho que foi perdido. Tento ser o mais forte que já consegui ser. Falho e vejo que sou mais fraco que pensava. Vejo nossas fotos. Poucas, porém perfeitas. O seu sorriso calmo, os seus olhos que mudam de cor, seu cabelo sempre ajeitado, o jeito que me envolve em seus braços. Aqueles mesmos braços que me envolveram em 4 meses. Onde foi que deixamos os nossos objetivos se desviarem¿ Em que parte do passado acometeu esse futuro de hoje? Impossível ainda não pensar em você.
      Falar do que fomos, em verbos no passado, o meu maior medo concretizado. Fizemos o que fizemos, vivemos e vivemos e acabamos no mesmo lugar que começamos... Separados. Sei que de nada mais vale nosso relacionamento agora. Porém, valeu para mim enquanto foi infinito. Vivi os melhores dias de amor. Passei pelas tormentas da paixão. Dormi no paraíso com você deitada em meu peito. Acordei, por vezes, em dissabores mal humorados matinais. Fizemos da nossa história um conto onde somente nós poderíamos protagonizar o que achávamos melhor. O conto que no roteiro estava para sempre. A vida seguiu e decidimos acabar com a fantasia infantil da paixão e ver que o tudo não foi o bastante para sustentar o nós.
      Não sei como sobrevivi essa semana. Fico feliz que ela tenha passado. A semana do vazio, do sentimento de perda, do recomeçar. Foi estranho acordar sem a sua mensagem de bom dia que fazia meu coração se alegrar a cada manhã e esperava por ela ansiosamente. Não usar mais a nossa aliança e ver que o “eu e você ...” ficou guardado junto com suas cartas na minha gaveta. Perdida como a minha mente ficara. Trabalhar sem ter paciência, apenas vontade de voltar para a cama e não pensar em mais nada. Voltar a ter os velhos hábitos, rever os velhos amigos e parentes que ficaram de fora da rotina quando estávamos juntos, conciliar os velhos planos com o futuro ainda incerto.
      Ainda escuto “Tendo a lua” e canto exatamente como você cantava, daquele jeito engraçado e sorrindo como criança. Indago as pessoas com cara de “que? hem hem?”, pergunto se “quer não?” ou uso verbosidades e jargões. Aprendi suas falas, seu jeito, o que você costuma fazer. Nunca aprendi, pelo visto, a lidar com você. Procurei achar o seu manual e acabei vendo que quem precisava de um era eu. Ando de carro e lembro que sempre eu andava com a mão na sua perna. Quando você podia eu recebia um carinho nela. Lembro do "Titanic" e a sua primeira recomendação ao lavador para não apagar o meu nome no vidro. Da primeira vez que fizemos amor e do medo do dia seguinte. De quando viajamos e das inúmeras vezes que saímos para comer alguma coisa.
      Engraçado como só penso nas coisas boas. Sei que enfeitamos muito nossa relação. Tentamos deixar muita coisa debaixo dos panos para não magoar um ao outro. Alguém puxou o tapete e um dia acordamos com a poeira debaixo de nossas mãos entrelaçadas. Pisávamos em ovos, mudamos nossa personalidade, abrimos mão de coisas que não deixaríamos para trás. O eu e o você foi se transformando em atores de novela e não a realidade. Um dia você me falou que não queria mostrar meus defeitos para que não perdêssemos essa fantasia toda. Hoje, eu entendo isso. Deixamos que nossos defeitos, medos, frustrações e inseguranças tomassem conta de nosso cotidiano. O cotidiano que, um dia pensei, poderia ser de rotina, tendo um ao outro para estar quando o dia terminar.
      Mesmo sabendo que nosso namoro tinha prazo de validade, decidimos vivê-lo até a última gota ser sorvida. Não brigamos, não discutimos ou deixamos palavras horríveis vir a lume. Apenas vimos e fim e nos calamos. Como em um filme onde o final é completo, não terá uma regravação e foi de inteiro perfeito. Hoje começa aquele tempo que você pediu. O tempo do nosso tempo.
      “E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz. Querendo ver o mais distante sem saber voar.” Eu vou guardar e lembrar cada palavra, cada gesto, cada “eu te amo” seu dito. Não é porque acabou que não deu certo. Deu certo sim, enquanto durou. Sinto sua falta ainda, revejo suas fotos e revivo nossos momentos em momentos que me pego olhando para o nada e sorrindo. Levanto a cabeça, suspiro e vou viver. Você sempre será a parte mais importante de mim e o que há de mais puro. O meu sorriso de recordação. Se algum dia alguém me perguntar se eu sinto saudade de algo, certamente direi que sinto saudade da saudade que eu sentia por você enquanto estávamos juntos, do amor juvenil e sem fronteiras que jorrava em meu corpo, do sorriso de uma criança, do dia que vimos a estrela cadente e o meu pedido feito, do melhor abraçado do mundo, do “eu te amo e sinto saudades suas, meu menino”, enfim, dos cem melhores dias da minha vida.      

“Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu.” 


terça-feira, 26 de junho de 2012

Future: Keep calm and be strong


       Estranho pensar como a vida nos bota para pensar. Não só pensar, que de nada vale sem a reflexão, mas pensar em um futuro incerto e totalmente improvável. Quem muito gosta de ser quem guia, nessas situações é obrigado a ser guiado. Não tem quem nunca tenha pensado e imaginado um futuro com palavras boas, gente especial e sorriso no rosto. Também não há maneiras de se esquivar, afinal, o único engendrador dele é você mesmo. Tudo o que eu queria, hoje, era não pensar nele.
      Não pensar em todas as armadilhas que o destino prega. Em dias de sol podem ser boas, em dias de tormentas se tornam o raio que te aparta de você mesmo. Vivo nessa inconstância troca de dissabores e alegrias diários. Uma hora a gente aprende que quando falamos, por pior que seja aquilo, não falamos ao vento. Podemos pedir um tempo a uma pessoa e desistir. De repente, vem aquela mão que horas de afagaram em desculpas e te impulsiona a pensar no tempo que você precisa para decidir o que realmente quer e o que se encontra em seu coração. Lembro que quando adolescente, minha avó sempre dizia que temos que ter muito cuidado com o que falamos. Os anjos podem dizer amém. E foi exatamente isso que aconteceu comigo e com pessoas que ainda não pararam para perceber. Tivemos as nossas palavras transformadas em circunstâncias. O poder do pensamento em consonância com a realidade.
       De conselhos para pensar menos, estou cheio deles em meus livros e rabiscos. Mas do que adianta tentar não pensar quando tudo o que me resta é exatamente isso? Pensar no que eu deveria pensar, ser o que eu desejo ser, agir por conta do pensar, silenciar para falar. Deste último é o hábito que mais uso hodiernamente. No passado já falei de mais o que eu não queria, machuquei muita gente com isso e me arrependi depois. Da filosofia do amar é não precisar pedir perdão, eu carrego aquela que temos que evitar pedir esse mesmo perdão, fazendo de tudo, mesmo que isso seja inevitável em momentos, para não ter que pedi-lo. Fiscalizar nossos próprios atos em virtude do bem-estar do outro. Silencio, fico apático, pego um tênis de corrida e desanuvio. Agir sem pensar é algo que não quero agir.
      Ser leve quando tudo que te rodeia parece pesado. Pensar que poderia ter sido pior e que a outra pessoa tem o direito de pensar diferente de você e que você não pode se contrapor à isso. Um sorriso no rosto é mais fácil de justificar que uma “cara amarrada”. “Engolir” certas atitudes, passar por cima, perdoar, não trazer a lume aquilo que não vai acrescentar em nada também são atitudes que hoje me influenciam. Nada se compara a dificuldade de ter que ser leve. A vida já possui muitos problemas para termos que criar os nossos próprios e ter a audácia de conviver com eles. O menos também pode ser o mais, tanto na dor como no amor.
      Todos dizem que amar é muito fácil e o difícil é esquecer. Para mim, se amar fosse fácil, ele se chamaria miojo e não amor. Este é para ser vivido para quem esta realmente disposto a viver, mesmo que a vida lhe traga medos que te fazem pensar em desistir. Desistir, sem ao menos tentar, é ser menos demais para uma pessoa que sempre tentou ser o mais das situações. Com muitas coisas acontecendo no presente, esquecemos de deixar o futuro subsidiário e por horas damos mais ênfase ao passado. Eu era muito agarrado no passado das pessoas. Nunca ganhei nada de bom com isso, apenas desconfiança, segredos e dores de cabeça fortes. Por ser assim, nunca reparei o quanto estava perdendo em me preocupar com coisas que não podem ser esquecidas, mudadas e refeitas. Não serei em hipócrita em dizer que sempre será um caminho de flores, uma tarde de domingo agradável ou um jantar romântico. Outras coisas bem piores estão escondidas em aceitar ir de encontro a essa felicidade. Só posso garantir que na vida chegará o momento que exigirá o seu mais alto ápice de força e você terá que passar no teste, sob pena de nulidade de muitas coisas boas em troca e de seu amor.
      De coragem a vida profissional também pedirá. Arrependo-me de não ter tido a maturidade suficiente decisiva de uma faculdade anos atrás. Um ano e meio de ócio talvez seja o preço que pago hoje. Corro atrás de todo o prejuízo com uma fome insaciável. Ter ânimo, calma e bom humor também faz sua vida crescer, ainda mais profissionalmente. Agarramos na esperança da recompensa disso tudo e esperamos.
      Por mais que a vida não seja fácil, crescer a faz parecer mais leve. Pensar em coisas boas e mudar. Tentar outra vez se não conseguir. Errar e pedir perdão. Mimar e amar até a outra pessoa não ter palavras e sorrir por isso. Ser forte e calmo quando tudo que você queria é fugir. Futuro, maturidade, crescimento, conhecimento, amor, vida espiritual, podem até possuir significados opostos, mas suas naturezas não se tornam tão distintas se pensarmos assim.



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu quero apenas você.

“Não é tanto a saudade, nem muito menos falta de amor. Só é que a gente se acostuma rápido com o que é bom. O beijo bom, o carinho bom, o amor bom. Eternamente somos findados a gostar das coisas boas e a sentir falta delas quando estamos longe daquilo que desejamos querer sempre perto. Assim, bate aquela abstinência vespertina que nem café cura. Apenas uma pessoa, a sua pessoa.” (Arthur Kaiser)

Eu não sei o que acontece. Tem horas que amar deixa a gente triste. Não por falta de amor, não por saudade. Talvez seja porque tudo que fazemos possui um peso dobrado em cima de nossas atitudes na visão da outra pessoa. Todas as palavras, cada gesto e cada atitude podem não ser suficientes para demonstrar o quanto você ama a outra pessoa. Bobeira é quem pensa que o amor dura um século sem que os corações não se vejam. Para mim, o amor deve ser renovado a cada dia. Não pense que serão apenas dias de sol, de praia e curtição. Haverá dias que você não irá almoçar porque está preocupado com a outra pessoa, não conseguirá dormir sem ouvir a voz dela, não verá um futuro sem ela. O que eu faço hoje, é pensando em um futuro para nós. Cada sorriso que vejo é o seu que é refletido em meu pensamento. Se recebo um olhar, eu desvio, pois não é os olhos da pessoa que eu amo. Talvez seja muito difícil amar. Apenas os fortes conseguem, os que sabem o que querem, os que querem que tudo valha a pena. Quando você olha aquele rosto que já tanto te alegrou e ele está triste, sem vida, inseguro. Eu tento fazer de tudo para afastar essa tempestade, toda essa ventania que me leva para longe de você. Não deixe nunca que conjecturas suas sejam as minhas razões de viver. Eu escolhi você e não quero, desejo, olho, cobiço mais ninguém. Se fases que os jovens preferem é o seu medo, eu abdico daquilo que for necessário para que a nossa fase sempre perdure. Por favor, se palavras não são suficientes, se atitudes não bastam, que outras maneiras que você precisar para se sentir melhor, assim, sejam reveladas a mim. Eu posso ser um exagerado, infantil, “um moleque”. Porém sei exatamente o que eu quero e não desperdiço quando o destino me revela a melhor pessoa do mundo, e de quebra, ainda a dá de presente a mim. Eu amo você, melhor do que ontem, mais do que hoje e espero cada vez mais no futuro. Isso não são palavras de um futuro bom apenas. São os meus desejos, as minhas vontades e as minhas razões. Eu vou dormir pensando em você, vou sonhar com você enquanto durmo e acordarei com um sorriso no rosto por estar ainda com você, meu amor. 


sábado, 7 de abril de 2012

Se namorar fosse tão fácil assim ...

E quem foi quem disse que namorar é fácil?
Quando eu via aqueles casais, tomando sorvete, felizes, demonstrando todos os seus afetos, eu pensava que devia ser divertido namorar e, principalmente, fácil. Doce mera amarga ilusão.
Namorar é você ir do inferno ao céu em apenas uma única conversa. Ter ciúme de uma única aproximação ou simples conjectura de alguém perto da pessoa que é sua por direito. Não é só botar “em um relacionamento sério” em redes sociais, é você criar mecanismos sérios para levar isso tudo a sério. Brota-se uma vontade de discutir sobre tudo, o verdadeiro lema de fazer tempestade em copo d’água. Não porque você gosta de brigar, mas porque cada palavra, cada gesto, propaga-se até você com um peso muito maior do que se fosse um amigo, um colega ou parente falando.
Deve-se controlar toda a sua expressão facial, elas não apenas refletem o que você está sentindo ou pensando, mostram ainda mais o que na essência poderia ser desnecessário. A maior luta não será para tentar se ver durante a semana, situação financeira ou equilíbrio. Sua luta será com a sua mente. Ela sim é a sua pior inimiga.
Fatos concretos são limitados, possível de serem analisados, passível de compreensão. O que a sua mente pensa, repensa, cria, destrói, foge do seu controle. Se há momentos que deveriam ser esquecidos, ela irá te lembrar, e isso irá te consumir. Nunca paramos para pensar se aquilo tudo que pensamos é a verdade absoluta na realidade, porque para nós aquilo se transforma na nossa própria realidade. Mente fértil, mente poluidora. Seria uma maravilha se pudéssemos namorar e não pensar em tanta coisa e, assim, não fazer tanta coisa. A palavra “desculpa” anda ao lado de seu companheiro “obrigado”.
 Estranho isso tudo? Ambíguo? Sim, até demais. Na verdade, nunca saberemos o que a outra pessoa sente se não nos permitimos pensar menos e sentir mais. Só teremos a certeza de nossos próprios sentimentos. Fechar os olhos e esquecer todas as mensagens de ex, telefones no celular, cantadas recebidas pela pessoa, maneiras de como foi tratado. Confiar não é luxo, torna-se necessário. Não ligar para tudo isso se torna um meio a mais de confiar, cada um a sua maneira.
Namorar é muito bom, mas é difícil. Espero sempre tentar estar preparado por inteiro. A recompensa vem depois de você fechar seus olhos. Há varias maneiras de o amor ser cego. Hoje, eu luto pela cegueira. Não só para olhar pouco, mas reparar mais naquilo que realmente importa. Amar. 

“Fico olhando essa tarde, meio fria, típica de outono. Com vento em meus olhos, fecho meus olhos e penso em nós dois. Indubitavelmente, abro um sorriso e penso no quão a vida começa a valer a pena, quando estamos bem, não só com nós mesmos, mas com a pessoa que pertence nosso coração. Abro os olhos. Vejo que poucas pessoas me entendem, algumas delas não conseguem enxergar e muito menos reparar nesse sentimento. Chego uma conclusão que ele é para poucos, seletos poucos." (Arthur Kaiser) 

segunda-feira, 26 de março de 2012

“ - Scusa, se Io sono un imbranato”


       É impressionante como a vivência nos traz experiência. Acho-a ainda mais bela quando ela coloca pessoas maravilhosas em nossas vidas. Não sei o porquê deu estar escrevendo, apenas quero botar tudo que sinto para fora de uma preocupação latente e que em muito tempo do meu dia torna-se efêmera ou duradoura. Condição esta apenas estabelecida por palavras ou atitudes que chegam até a mim.
       Hoje faz 2 semanas e 3 dias que começamos a namorar. Ainda não consigo acreditar que estou a mais de duas semanas gostando de alguém. Digo isso por eu sempre ter facilidade em gostar, mas possuo a mesma habilidade de afastar as pessoas que eu gosto ao mesmo tempo. Não sei se é a mania de ser auto-suficiente ou medo de se entregar, se é falta de coragem para admitir o que eu não entendo, ou simplesmente por não acreditar que verdadeiros casais existem. “E forse l'ho capito e sono qui”.
       A relutância em te encontrar pela primeira vez era de natureza polissêmica que seria prolixo discutir em apenas uma conversa. Ao mesmo que me sentia atraído, algo me puxava pelo pescoço, alertando-me que não poderia dar certo. Se era idade, diferentes tipos de vida, visões de experiência, diferença financeira... Não saberia dizer-te exatamente o motivo, só sei que criei coragem suficiente para ver o que poderia acontecer.
       “Scusa se ti amo e se ci conosciamo”. Momento de verdadeira guerra de quem não queria se entregar primeiro. Penedo é lindo, mas fica sempre mais bonito quando vemos um casal passeando de mãos dadas, olhando as vitrines, contando do pouco que tem coragem de se abrir, tentando se mostrar para agradar. Eu não teria outra palavra que significasse mais o que eu senti do que aquela que sentimos quando tudo está em perfeita ordem. A maneira de dormir, os “espasmos” para relaxar o músculo, a memória de como é seu rosto quando este se encontra levemente repousado em meus braços. Se algum sonho se realiza, não é apenas sonho, deve ser uma realização em algum caminho que também tenha o querer, o gostar, a vontade, o carinho, reunidos na mochila. No dia seguinte, o medo de te perder apenas com a abertura das pálpebras sob o iniciar de um novo dia. A dúvida do reencontro, a certeza de que tudo era real, e que se não fosse, caberia apenas a mim esquecer ...
       “Ciao..come stai? Domanda inutile! Ma a me l'amore mi rende prevedibile”. A chuva que caía naquele dia, o frio que fazia, tornava-se evidente que alguma coisa mudou, não apenas no tempo, com essa mudança do quente para o frio, mas também aquela minha vontade de não querer me apaixonar por alguém, de me entregar. Mando a mensagem mais infantil de todas, espero a resposta, sorrio quando ela foi positiva. Iria realmente encontrar a pessoa que eu tanto queria novamente junto a mim. Um cinema, uma fala que te deixou extasiada enquanto eu ia ao banheiro, o pedido metafórico de namoro, a aceitação tácita, evasiva, mas com toda certeza de que estaria fazendo a coisa certa, com a pessoa certa, em um lugar não muito claro. Sei que pedir para você se abrir, foi algo até mesmo intimidador provindo de uma pessoa que você apenas conheceu a algumas horas atrás. Eu queria te ouvir, sentir o que você sente, se não era apenas eu que estava me entregando, se a noite foi boa ou se aquilo seria o que para muitos era o normal, apenas um encontro.
       “Scusa se non parlo piano ma se non urlo muoio”. Eu queria a intimidade. Criar o que nunca tinha tido direito com alguém, algo sólido de natureza, se possível, concreta. A cada história contada, cada risada, cada beijo, eu ia me apaixonando. Cheguei a casa me perguntando se estávamos fazendo a coisa certa, se não sofreríamos pressão, se o trabalho atrapalharia, se a minha rotina de estudo seria um problema, como seria a reação de seus amigos, se você acataria as minhas condições, se quando eu desse o meu primeiro silêncio, como você iria reagir, até quando iria me suportar...
“Scusa sai se provo a insistere, divento insopportabile, io sono”. A segunda-feira foi àquela espécie de prova da saudade. Focar é algo pedido e necessário, mas impossível de se pensar. A espera de cada mensagem de bom dia, de palavras doces pela manhã, de como tudo aquilo estava sendo importante no rumo do futuro de ambos. Não me canso de esperar, todos os dias, desde aquela segunda, a mensagem de bom dia. Assim que a recebo lembro-me do seu sorriso, o modo como segura minha mão quando está dirigindo, o jeito de falar para me acalmar, as brincadeiras íntimas de casal, “heim”?! O meu dia torna-se outro, e quando eu não te vejo, como naquela segunda-feira, ele se arrasta, torna-se cinza, quase com um sentimento de falta que apenas é preenchido com a sua presença e o seu perfume na gola da minha camisa. Terça é o nosso dia. Almoçamos juntos, o elogio da roupa, o calor rotineiro, as conversar sobre um dia estressante, o obrigado por um amenizar a preocupação do outro, a insegurança, o momento sem falas que tentamos deduzir o que o outro está pensando. Sempre vamos juntos ao Fórum nesse dia. Pelo menos, nossa profissão é a mesma e temos o prazer, até hoje, de poder pegar uma carona no que o outro está fazendo. É reconfortante saber que depois de audiências exaustivas, eu irei ver-te novamente, trocar mais duas horas livres, por horas que são sempre guardadas no momento em que estou na faculdade. Quarta é o dia mais longo da semana. Tirando aquela que você foi me buscar na faculdade, por precisar apenas ficar ao meu lado. Fora essa, é o dia que eu te ligo tarde, atrapalho seu sono, apenas para dizer boa noite. Quinta é sempre muito agitada. Não sei se é porque o final de semana está chegando ou se a dor da saudade bate mais forte. Coincidentemente, é o dia que eu quase deixei você ir embora. O dia do meu silêncio mais terrível, do meu choro sem saída, da vontade de sumir, do momento de sentir que não sou suficiente para você, que você merecia uma pessoa melhor, eu não posso te dar tanta coisa, tanto tempo como você merecia. É um daqueles dias que eu me entristeço quando lembro o seu rosto triste, sua lágrima quase escorrendo, seu medo, seu sentimento de a cada “eu te amo” dito, eu estava indo embora e escapando de suas mãos. Eu provavelmente teria feito a maior burrada da minha vida, por simples especulações minhas, conjecturas que eu deveria te contar, da minha maneira errada de não saber pensar como um casal ainda. Desculpe-me por tudo. Obrigado por fazer entender o quanto você me ama e o tanto que sente a minha falta. Sexta é um dia de casal. O dia que eu nunca tive. De sair para namorar, comer uma boa comida, em um bom lugar e depois consumar todo o nosso amor. Eu não me canso de dizer o quanto aquela noite foi maravilhosa, de ver toda a sua entrega, de pela primeira vez, saber o que era amar uma pessoa suficiente a ponto de se entregar de maneira total, beijar, acariciar alguém que é seu e que deseja que seja assim, sem nenhum outro diapasão. Se toda sexta for sempre assim, o final de semana poderia ter as suas horas reduzidas devido a tanta intensidade.
“Ci risiamo, va bene, è antico, ma ti amo”. Sábado, dia de amigos. Contar aos meus amigos sobre você, aniversários, conhecer seus amigos, seu porto seguro. Tento ser o mais social, procuro agradar sempre. Eu sei o quanto é importante isso para você. Pode ter certeza que é muito mais importante para mim. Eu zelo pela harmonia, de não submeter a ninguém algum comportamento, relacionamento sem a conscientização individual do ato. Quando eu ouvi você falar que me amava pela primeira vez, você bebia cerveja, não acreditei, mas quando respondi, não era mentira. Eu também te amava. Fiquei com medo de você se arrepender no outro dia. Levei-te em casa. Cuidei de você. Dormimos de conchinha. Conheci seus pais. Conheci sua irmã que tanto nos apoiou e que pretendo fazer jus a pessoa maravilhosa que você e ela são. O primeiro dia do final de semana tornou-se o nosso dia “aniversário de namoro”. Domingo foi o dia que escutei o primeiro “eu te amo” seu. Fiquei triste por não ter muito tempo com você, fomos conversar, e de repente você fala: “Eu não agüento mais isto que está aqui dentro. Não sei o que você irá pensar. Só quero dizer que “eu te amo”. Não tenho medo de ser a primeira pessoa a falar isso nessa relação.” Quando te abracei, escondi minhas lágrimas, olhei em seus olhos, e abri meu coração. Foi o dia que mais nos conhecemos. O dia que sempre fazemos juras de amor eterno.
“Ti guardo fisso e tremo all'idea di averti accanto. E sentirmi tuo soltanto”. Eu também tenho receios, medos, insegurança. Temos diferença de idade, vidas distintas, diferentes horários, porém temos disposição para amar, de sentir a mudança que esse sentimento faz em nossas vidas. Eu estava pronto para você. Aguardando o dia que eu iria encontrar quem estava me procurando. A sua voz de sono que me acalma, a sua mudança de hábito, o seu tempo para mim, a sua disposição para dizer tudo que eu preciso ouvir, de não ter me largado por causa das minhas manias e medos. Não tenho medo de construir um futuro com você. Tenho medo apenas de uma coisa: do dia que você enjoar de mim, do dia que cansar de fazer tudo que você faz e diz nunca ter feito por ninguém, de cair na rotina. Eu cuido para que a cada dia possamos fazer com que seja perfeito. A cada dia nossa ligação de boa noite, nosso último sorriso, nossa última frase fazem com que eu me apaixone mais e mais. Desculpe se meu silêncio, quando eu mais quero falar e quando você mais precisa ouvir, reina entre nós. Eu me calo, não por não saber o que falar, e sim, por saber falar o que seria necessário, mas meu coração não deixa por estar batendo tão forte a ponto de deixar as palavras supérfluas e demasiadamente difíceis de serem pronunciadas.
Eu me entrego sem demora, sem desculpas, apenas de coração. Repito isso todos os dias: “Eu vou dormir pensando em você, vou acordar pensando em você e vou passar o dia pensando em você”. Dedicarei o meu primeiro sorriso da manhã à pessoa que o merece, àquela que está dentro do meu coração. – “E sono qui che parlo emozionato e sono un imbranato.”  (Imbranato - Tiziano Ferro)
Espero que tudo dê certo. Eu torço por isso. Eu te amo, Mô! 




  

segunda-feira, 12 de março de 2012

A sua única exceção

             Chego a crer que instigo as pessoas a discursarem sobre relacionamentos. O engraçado que eu nunca tive um se quer para dizer como exemplo. Não conto paixões de adolescente, beijos de uma noite ou “pseudo relacionamentos modernos” porque sei que no fundo não é o que as pessoas querem. Isso é uma fase. Depois de acordar, você ainda vai continuar a só com o seu copo de vodka na mesinha de canto.
O que eu sempre desejei era apenas uma coisa: ser eu mesmo com alguém ao meu lado. Você monta um perfil, acredita e se auto- intitula dono daquelas mentiras que soam como verdades apenas para conquistar uma coisa. Pode até funcionar, mas isso não dura muito tempo. Você cansa de ser ator 24 horas por dia. Aprendi com Martha Medeiros que nos apaixonamos pelo jeito da pessoa. As características nem sempre podem ser ditas e nem todos os porquês respondidos. Hoje eu acredito em exceção.
Haverá pessoas que o ciúme não trará dor de cabeça para ela, trará segurança. Sua possessividade será demonstração de afeto que a pessoa tanto precisa para poder se abrir. Ela vai te instigar a escrever, a cantar canções cafonas. Vocês irão escutar “California King Bed” em um carro embaçado de tantos beijos que ali estiveram presentes, sob a sua condição que será o único a ter esse direito enquanto vocês estiverem juntos.  Você encontra um equilíbrio. Seu medo e sua insegurança não serão apenas seus inimigos, pelo contrário, eles estarão guardados. Ela demonstra ser o que você julga que ela seja.
Acordará em um dia de domingo sentindo falta dela, o cheiro ainda no travesseiro. Lembrará dela saindo do seu portão e você tendo que ir dormir com o seu cachorro para não se sentir só, ou pelo menos tentar. Ela vai te acordar no meio da noite. Precisa dormir abraçada, com as mãos dadas e os pés entrelaçados. Quando você pergunta o porquê que você recebe tanto carinho, ela não vai ter uma resposta concreta, ela sente que você precisa de carinho, mesmo não conhecendo parte de sua história. Você irá sair do cinema e perceberá que a hora voou e quando está longe dela, a hora passa devagar. Você conseguirá superar seus anseios de não atrapalhar, ou não ligar. A verdade é que apenas houve uma falha na comunicação.
Quando se dá por si, sai do carro sozinho, sorrindo, olhando para o farol que cintila virando a esquina. Você agradece pela noite, pela pessoa existir, tão perto e tão perfeita. Suas cartas estão na mesa, por que não tentar? Já esperou demais. Se essa é a sua chance, com certeza, é um prêmio do destino. Só quero que entenda que um dia você também ouvirá: “Eu pensei em você ontem, passei o dia todo pensando em você hoje e amanhã acordarei pensando em você!”
A sua exceção não será a pessoa que falará para você se cuidar, e sim, aquela que se prontifica a cuidar de você. Acredite. Isso tudo existe.  

 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Para sempre lembrar, por que esperar?


Não agüento como o tempo se arrasta quando esperamos. Parece engatinhar sem sair do lugar. Esperando alguém para nos ajudar a seguir, acabar com nossas dificuldades. Não espere que eu corra atrás de sua atenção sempre. Se estiver com vontade de falar, fale. Eu posso não estar mais aqui quando você perceber que irá sentir falta do meu jeito. Não espere que eu conte o meu dia, se você me dá como respostas palavras monossilábicas e lacônicas. Elas não ajudam em nada e, com certeza, alimenta a sua incerteza ou desprezo. Fazendo engrandecer meu desapego.  Às vezes, esperar que tudo seja diferente é como gostar de acreditar em ilusões.  Tem horas que apenas essas irrealidades nos bastam. O irônico é que você tenta fazer diferente. Seu pseudo novo jeito nunca será o bastante para alguém. Já percebeu que quando está quente queremos morno? Quando está frio queremos quente? Somos sempre inconstantes e detentores de múltiplos significados em nossas vontades. Até mesmo nas mais simples, que como seu nome já próprio diz, deveria ser breve, calmo. Eu posso viver sem ligar para desejar boa noite. Só tento mostrar o quanto isso é bom. O quanto isso transmite segurança, conforto e ratificação do carinho da pessoa que estamos desejando o melhor. É pouco em vista dos regramentos estabelecidos pela paixão, mas é esse mesmo pouco, que não deixa a receita ficar maravilhosa, apenas boa quando há sua ausência. Não quero esperar por alguém que tenha medo da minha intensidade. Se eu quero ligar, eu vou ligar. Se me interessar, eu vou chamar para sair. Se eu ficar triste e quiser transformar essa pessoa em nada, eu também vou consegui. O grande problema de ser assim é que você não se preocupa com tempo. Aquele velho dar tempo ao tempo. Ao mesmo tempo em que pode ser amor, pode ser paixão, pode ser excitação, pode ser vontade que dá e passa. Saudade não prende ninguém. Alma egoísta e ociosa daquele que pensa que dando espaço, não ligando, não demonstrando, vai ganhar a pessoa. Concordo que isso tudo é a regra. Mas quem quer ser a regra? Todos queremos ser a exceção de alguém. Sem controvérsias e meios termos. Pode demorar. Enquanto isso aproveitamos as adversidades da vida. Aquilo que muitos chamam de “serendipity”. Descobrir algo bom naquilo que pensamos que não haveria mais saída. É um eterno mistério, assim como o esperar. Se sentir saudade alguma vez, você tem meu número. O nosso tempo somos nós mesmos que fazemos. Quem nunca tem um tempo para um café? Não espere que eu sempre entenda suas atitudes. Se você não explicar, eu não vou compreendê-las e há o risco de ter uma interpretação à minha maneira, com o calor do momento, com os mesmos medos de sombras escondidas. Se depois disso tudo, ainda restar alguma dúvida, pergunte, converse, se abra. O esperar machuca. Faz com que momentos que deveríamos passar se esvaneça bem em frente aos nossos olhos. E, certamente, não é uma lembrança boa de lembrar. Por que esperar em um trilho sem rumo se podemos pegar duas direções distintas que nos levam à qualquer lugar melhor ainda?