segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Brilho da minha paixão (1).


Um filme romântico em um colchão na sala de estar. Queria não ter essa carência ás vezes. Esqueço que quando gostamos de alguém, esquecemos de nós mesmo. Como um poeta que não pode ser poeta, ele é o ser mais anti-poético que existe. Tive uma grande paixão ano passado, setembro primaveril. Encontro uma pessoa que sempre quis conhecer, em uma noite de lua cheia em um lugar especial, aquele meu lugar. Ela pergunta-me se eu gostaria realmente de estar ali, eu respondo que não poderia estar em outro lugar se não aquele. Para que pensar no futuro? Naquela mesma noite nos beijamos em um mirante onde dava para ver toda a Vila Santa Cecília e sua CSN ao fundo. Como poderia amenizar toda a dor? Praticamente começamos a namorar dois dias depois. Ela era minha “everything”, música esta que tem o intuito de me perseguir e me por para dormir todas as noites. Brincávamos de pique-pega e pique - esconde. Com ela eu descobri os melhores lugares para se namorar a noite. Mesmo nova, ela já trabalha. Eu esperava calorosamente por seu telefonema nas tardes depois do meu colégio, sempre recebia a ligação esperada. Nossos cinemas foram engraçados, românticos e inesquecíveis. Eu gostava de estar ali. Havia dias de frio em minha cidade, tudo contribuía para o amor estar no ar. Eu era imaturo e ela romântica. Nunca havia me dado motivo para sentir ciúme, eu sempre estava desconfiando, sendo diferente ou rude. Por que maltratamos a quem mais amamos? Amigas dela não acreditavam que ela estava me namorando, apostaram 50 reais. Tivemos uma idéia inusitada de tirar uma foto no banheiro só para não ter dúvidas quanto a isso. Na verdade, era eu que não estava acreditando naquilo tudo. Eu amei um nada. Eu não tive nada. Eu estraguei tudo. Apenas recordo-me do nosso último telefonema, por vezes muitas ela pedia para eu não terminar, dessa vez ela deu o troco. Com voz de criança e choro despedia-se de mim, não escutara meu apelo. Era uma dor que dava vontade de morrer, porque viver dependeria de respirar, chorar calado, por culpa. Por meses ainda via sua foto, recordava-me de cada momento em especial, mas sempre lembrando o dia que a perdi. Voltei ao nosso lugar, fiquei com outras pessoas naquele mesmo lugar e nada mudou. Fui até a fonte que um dia chuvoso ficamos conversando e marcando os nossos próximos encontros, intercalando os dias de estudo dela. Vejo o perfume importado que eu havia comprado para dar de presente de aniversário, não tive coragem de dar a outra pessoa, eu queria aquele cheiro nela, a minha pessoa. Hoje nos esbarramos na rua, eu fico sem graça e finjo que nada aconteceu. Ela abre um sorriso, queres me matar Afrodite? Não quero viver de passado, mas momentos são lembranças e toques são recordações. Eu te amei, na rua ( a maioria de nossos encontros), na chuva ( beijos juvenis e brigas chorosas), na fazenda ( o nosso lugar) ou numa casinha de sapê (onde meu coração te esperou por quase 1 ano). Segue na sombra! A casa caiu, o pau quebrou, o filme acabou.

“Não posso pedir que me esqueças, mas digo que há impossibilidades no mundo.” (JHON KEATS)


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