quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Prancha Azul, Prancha Rosa.


“– Ah, eu to com ele!
  - Ela está com você?
  - Sim. ¬¬' ”

 Acordo com sintomas de saudade. Angra amanhece com um tempo fechado e medroso. Decido dar uma passada na minha tia para ver minha cachorra – o melhor amigo do homem sucedido pelo chocolate. Estava esperançoso pelo conserto da máquina fotográfica da minha tia ter dado certo, mas nada feito. Eu era um ignorante no sentido “água do mar” em acessórios e acabei perdendo mais uma necessidade vital – detalhe que roubaram a minha Sony no casamento dessa minha mesma tia em um Buffet hiper famoso de Volta Redonda portanto ela deixou eu usar a dela. Resolvi passar para ver a tal “fuga de foco” que havia postado anteriormente – simplesmente liguei o “foda-se” para melhor dizer. Fomos juntos até o centro resgatar a perdida máquina. Confesso que estava precisando de um conhecimento mais afundo para nos conhecermos melhor, afinal encontros em praia você geralmente não tem muito que dizer. Tive que controlar todo o meu ciúme na volta para casa, pois simplesmente desconhecidos começaram a conversar com ela vendo o ar turista que ela exala. Psicologia, autocontrole e confiança são os melhores remédios nessas horas. Chegamos ao nosso ponto final e decidimos ir à praia. Como dizem os surfistas: “O mar estava para peixe”. Depois de 6 anos, desde que fui embora da Vila Histórica, fui tocar em uma prancha de novo. No começo fiquei com medo de dar vexame - imagina a cena né. Tive que rir dos caldos que ela levou, tive que rir da sujeira em nosso corpo por causa da maré do rio e tive que rir das ondas que pegamos. Machuquei-me e ainda alonguei toda a minha coluna em um caldo que me fez partir em V – fiquei até sem voz, sensação horrível. Quando estava anoitecendo ficamos olhando Paraty e seu por do sol. Naquele momento, eu pude ver que eu não poderia privar-me de sentir tudo que eu estava sentindo, mesmo ela sendo mais nova, de perder todos os momentos que eu estaria perdendo tentando manter o foco ou estando na Ilha Grande que era meu objetivo principal e primordial. Eu, simplesmente, era para estar ali e com ela. Sei que amor de praia não sobe serra e quando o verão acabar, “já era”. Mas eu vou poder dizer que fui louco por ela e não foi “apenas um sonho” como eu sempre comento. O diferente disso tudo é que eu permiti a mim mesmo viver toda essa “fantasia” (ou o nome que quiseres atribuir a isso, loucura também achei sensato). Esse pedaço de “verão” está acabando, mesmo contra a minha vontade. Sinto que ainda poderemos descobrir desenhos em nuvens, contar nossos pesadelos e até nossas coisas fúteis, em algum outro por do sol como vimos hoje.


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