“Aos cinco anos nos perguntaram, o que queríamos ser quando
crescêssemos e dizíamos coisas como: Astronautas, presidentes ou, no meu caso,
princesa. Aos 10 voltaram a nos perguntar e dizíamos: Estrelas de Rock, cowboys
ou, no meu caso, medalhista de ouro. Mas agora que somos maiores, querem uma
resposta séria, então que tal esta: ‘Quem diabos sabe?’ Não é o momento de
tomarmos decisões rápidas, é o momento de cometermos erros, de tomar o trem
errado e se perder, de apaixonar-se freqüentemente. De se formar em filosofia
porque é impossível fazer carreira nisto. De mudar de ideia e voltar a mudar
porque não há nada permanente… assim, depois de cometer todos os erros que
puder, algum dia, quando nos perguntarem o que queremos ser, não teremos que
adivinhar… nós saberemos.” (Jessica Stanley)
Eu, com 19 anos, tenho que decidir o meu sonho e dizeres de
criança. Qual é o seu sonho, filho? Eu não soube responder. Eu tenho tudo que
me é necessário no ramo material, meus avós me zelando e me guardando, meus
pseudo amigos distantes, um vazio da guerra do coração partido. É pedir demais
uma luz no meio da sala escura (iluminar), um perfeito aperfeiçoamento em minha
flecha para que ela consiga acertar o alvo na marca correta, uma bola de cristal?
Eu já quis ser astronauta (com certeza eu posso ser, viajo muito tanto na terra
quando em minha mente, iria flutuar sem cérebro pelas galáxias e pegar uma
carona em uma calda de cometa, ver a Via Láctea, que estrada tão bonita), bombeiro
(sem chacotas com a brincadeira de pegar na mangueira, ok?), eis que acho uma,
medicina. No começo meus olhos brilhavam vendo House ou Grey's Anatomy ou até
CSI. Sempre mandei muito bem em biologia, gostava de anatomia (em todos os
sentidos – danado), colava em química e via os salários de alguns parentes que
são do ramo se multiplicarem em semanas. Quem não quer isso tudo? Eu queria e
minha família também queria isso para mim. Sustentabilidade é o canal. Depois que prestei vestibular pela
primeira vez, sem estudar direito, vi o quanto meu sonho era impossível naquele
tempo. Enquanto uma prima passava para medicina na UFRJ e uma outra para
engenharia de petróleo em ES, eu estava no cursinho pré vestibular. Eduardo e
Mônica não saia da minha cabeça, eu não quero ser um Eduardo da vida. Quando
você entra para o “cursim”, você já entra com aqueles pensamentos: “ – Eu já
sei tudo, só preciso revisar algumas coisas!”; “ – Eu já vi essa matéria, vou
para minha casa estudar em casa” – mentira, não estuda nada, fica na internet;
“ – Eu quero mais é beijar na boca, passar para medicina, para poder entrar no
OREM, babe!!”. Tenho que admitir que
essas foram as minhas frases-lema no ano que acabou. No começo do ano, eu só
estudei geografia e história (sei que é contraditório para quem quer fazer
medicina, mas são uma das matérias que mais gosto, depois de português e
idiomas estrangeiros) e uma parte de biologia. Quando eu entrei em depressão,
no meio do ano, eu vi um sinal: quero fazer psicologia. Comprava livros e mais
livros (linguagem corporal foi o assunto que mais me identifiquei). Eu estava
perdido, não sabia o que fazer, a pressão do futuro consumia minhas noites
gélidas e sozinhas. Parece até uma mutação, você vive tranqüilo até os 17 anos,
depois do 18, você tem que mudar. Aí vem a pergunta: Por que fazer essa
profissão? Creio que só responderei a ela apenas no leito de minha morte. Meu
pai fala que tenho que ser independente aos 24 anos e tenho que fazer agora um
cronograma para os cinco anos que sucedem a mim. Quem diabos sabe o dia de
amanhã? Eu queria ver como será meu futuro, o que eu fiz de errado e o que eu
fiz certo nos dias de hoje, eu apenas queria ver se vou ter alguém para poder
cuidar. No meu quarto reina a insegurança, o medo, os planos A e B, reina conjuntos
de informações sobre a profissão que quero seguir, porém reina um ser humano
que tem que passar por isso como muitos passaram. Nem adulto, nem jovem mais.
Um anthevasim com dúvidas joviais que poderão ser verídicas e/ou errôneas que
apenas o tempo poderá esconjuntá-las, para que assim lado A e lado B sejam
vistos distintos e que meu rodo cotidiano seja louvável e abençoado.
“ – E agora José? O que é ser adulto?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário