segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Lua Nova: Quando a indecisão bater a sua porta.


“Aos cinco anos nos perguntaram, o que queríamos ser quando crescêssemos e dizíamos coisas como: Astronautas, presidentes ou, no meu caso, princesa. Aos 10 voltaram a nos perguntar e dizíamos: Estrelas de Rock, cowboys ou, no meu caso, medalhista de ouro. Mas agora que somos maiores, querem uma resposta séria, então que tal esta: ‘Quem diabos sabe?’ Não é o momento de tomarmos decisões rápidas, é o momento de cometermos erros, de tomar o trem errado e se perder, de apaixonar-se freqüentemente. De se formar em filosofia porque é impossível fazer carreira nisto. De mudar de ideia e voltar a mudar porque não há nada permanente… assim, depois de cometer todos os erros que puder, algum dia, quando nos perguntarem o que queremos ser, não teremos que adivinhar… nós saberemos.” (Jessica Stanley)


Eu, com 19 anos, tenho que decidir o meu sonho e dizeres de criança. Qual é o seu sonho, filho? Eu não soube responder. Eu tenho tudo que me é necessário no ramo material, meus avós me zelando e me guardando, meus pseudo amigos distantes, um vazio da guerra do coração partido. É pedir demais uma luz no meio da sala escura (iluminar), um perfeito aperfeiçoamento em minha flecha para que ela consiga acertar o alvo na marca correta, uma bola de cristal? Eu já quis ser astronauta (com certeza eu posso ser, viajo muito tanto na terra quando em minha mente, iria flutuar sem cérebro pelas galáxias e pegar uma carona em uma calda de cometa, ver a Via Láctea, que estrada tão bonita), bombeiro (sem chacotas com a brincadeira de pegar na mangueira, ok?), eis que acho uma, medicina. No começo meus olhos brilhavam vendo House ou Grey's Anatomy ou até CSI. Sempre mandei muito bem em biologia, gostava de anatomia (em todos os sentidos – danado), colava em química e via os salários de alguns parentes que são do ramo se multiplicarem em semanas. Quem não quer isso tudo? Eu queria e minha família também queria isso para mim. Sustentabilidade é o canal. Depois que prestei vestibular pela primeira vez, sem estudar direito, vi o quanto meu sonho era impossível naquele tempo. Enquanto uma prima passava para medicina na UFRJ e uma outra para engenharia de petróleo em ES, eu estava no cursinho pré vestibular. Eduardo e Mônica não saia da minha cabeça, eu não quero ser um Eduardo da vida. Quando você entra para o “cursim”, você já entra com aqueles pensamentos: “ – Eu já sei tudo, só preciso revisar algumas coisas!”; “ – Eu já vi essa matéria, vou para minha casa estudar em casa” – mentira, não estuda nada, fica na internet; “ – Eu quero mais é beijar na boca, passar para medicina, para poder entrar no OREM, babe!!”. Tenho que admitir que essas foram as minhas frases-lema no ano que acabou. No começo do ano, eu só estudei geografia e história (sei que é contraditório para quem quer fazer medicina, mas são uma das matérias que mais gosto, depois de português e idiomas estrangeiros) e uma parte de biologia. Quando eu entrei em depressão, no meio do ano, eu vi um sinal: quero fazer psicologia. Comprava livros e mais livros (linguagem corporal foi o assunto que mais me identifiquei). Eu estava perdido, não sabia o que fazer, a pressão do futuro consumia minhas noites gélidas e sozinhas. Parece até uma mutação, você vive tranqüilo até os 17 anos, depois do 18, você tem que mudar. Aí vem a pergunta: Por que fazer essa profissão? Creio que só responderei a ela apenas no leito de minha morte. Meu pai fala que tenho que ser independente aos 24 anos e tenho que fazer agora um cronograma para os cinco anos que sucedem a mim. Quem diabos sabe o dia de amanhã? Eu queria ver como será meu futuro, o que eu fiz de errado e o que eu fiz certo nos dias de hoje, eu apenas queria ver se vou ter alguém para poder cuidar. No meu quarto reina a insegurança, o medo, os planos A e B, reina conjuntos de informações sobre a profissão que quero seguir, porém reina um ser humano que tem que passar por isso como muitos passaram. Nem adulto, nem jovem mais. Um anthevasim com dúvidas joviais que poderão ser verídicas e/ou errôneas que apenas o tempo poderá esconjuntá-las, para que assim lado A e lado B sejam vistos distintos e que meu rodo cotidiano seja louvável e abençoado.

“ – E agora José? O que é ser adulto?” 

 

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