Não consegui dormir direito, estava estranhando o colchão –
pelas minhas contas eu já dormi em sete camas diferentes da minha nessas
férias, acho que me apego muito a minha cama. Vi o nascer do sol aqui em Cachoeira
Paulista, o céu estava com uma cor vinho e com um pequeno raio de luz ao
horizonte, perto do meu apartamento tem um lindo campo verdejante que lembra
muito a clareira do filme Crepúsculo. Subimos até a área central da Canção
Nova. Rodamos um pouco por lá, entre as belas árvores que produzem refrescantes
sombras ao redor do pátio. Fomos até ao Rincão do Meu Senhor onde estava tendo
uma adoração ao Santíssimo. Quando eu era pequeno sempre tive minhas dúvidas
quanto a hóstia dentro daquele lindo ostensório, hoje sei que não cometeria o
mesmo erro do padre que realizava uma missa em Lanciano e duvidou do corpo e
sangue de Cristo, fazendo com que a hóstia se transformasse em uma carne (que
muitos dizem ser parte do coração de Jesus) e o vinho se transformou em sangue
– esse milagre ficou conhecido como o milagre de São Lanciano ocorrido na nossa
“carina” Itália. Rezei, orei, exclamei. Eu tinha que sentir para acreditar,
hoje eu acreditei sem sentir. Simplesmente você sabe quando é tocado pelo poder
de Deus, eu não seria um caso a parte (como nunca fui, mas isso é o meu segredo
mais oculto). Almoçamos e esperamos pela palestra vespertina do padre José
Augusto (bem famoso aqui em São Paulo, “o neguim da Canção Nova” – com todo o
respeito). Falou-se muito em crucifixo, um objeto que devemos ter que apenas ao
olhar para ele, termos vontade de rezar, não só com nossas rezas individuais
como em grupo seja ele familiar ou amistoso. Confesso que quando olho para um,
lembro de Jesus na cruz e isso me dá medo, lembro-me sempre de sua paixão e
dor. Tivemos a Santa Missa falando de Maria, mãe universal. Lembrei-me muito de
outras religiões que simplesmente a descarta como se fosse uma mulher qualquer
– você gostaria que falassem mal de sua mãe? Chega a ser até uma situação
contraditória. Meu pai quando se casou e minha madrasta conseguiu carregá-lo
para a igreja presbiteriana para metaforicamente (não consigo achar outra
palavra para o encaixe) “encontrar e aceitar Jesus” – como se ele estivesse
perdido, longe de nós e subitamente, proclamando algumas palavras, você o achasse
– ele renegou Maria de todas as formas, como muitos fazem. Acham que
proclamando o amor dela estaria tirando a glorificação da Santíssima Trindade.
Eles não entendem como os devotos marianos conseguem achar tanta fé. Luta
espiritual todos temos, quero ver batalhar sozinho sem ninguém para te
interceder. Foi um ótimo dia, comprei quatro livros do Prof. Felipe Aquino para
ler até meu projeto futuro (virão novas viagens por aí, internacionais talvez,
estou rezando muito por isso). Tenho que ir dormir, esse diário espiritual de
viagem precisa acabar por hoje. Que Deus vos abençoe. Buonna Notte!
"Então você escreve por reconhecimento interior e externo mundano, compartilhamento de informações seja por vontade, seja por carência. Escreve, pois precisa ter alguém nem que seja sua mãe para ler suas anedotas, escreve, pois é algo que você nunca sentiu prazer e excitação e agora, sem explicar o porquê sente-se completamente feliz, como se fosse o seu momento,escreve porque as palavras brotam de sua mente sem explicação."
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
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"Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!
ResponderExcluirTarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora!
Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem.
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira.
Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti.
Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz... " Santo Agostinho.