Mãe: “ – Esse pé de limão e esse “chuverão”, salvam o
verão!”
Pela manhã, ajudo meu padrasto a varrer o quintal. Parece um
trabalho fácil, mas vai pegar uma vassoura e fazer o teste para você ver a "delícia" que é. Todo esse trabalho
em baixo de um sol quente fez-me recordar de quando eu trabalhei aqui na Ilha
Grande à dois anos atrás. Quis testar meus conhecimentos e habilidades de
adolescente trabalhando como garçom. Eu tinha meia boca de inglês, não sabia
como atender as pessoas (tive que deixar todo meu orgulho e usar de muita
educação de berço para poder não dá na cara de algumas pessoas) e receber
elogios e belas gorjetas. Retornei a praia Preta e ao poção. Fizemos churrasco
(como bom gaucho, não resisto a isso). Decido nadar, minha mãe já soltou suas
asneiras para cima de mim para eu conseguir um emprego. Nado, nado, nado.
Corro, corro, corro. Eu não agüento mais tanta disciplina. Hoje é dia de São
Sebastião. Aqui, na Ilha Grande, é sempre uma grande festa anual. Tivemos uma
linda procissão. Minha tia Silvinha falou que tinha que fazer um pedido, o que
eu iria pedir? Mande-me uma luz para trilhar meu futuro? Não tive muita
escolha. Comemos um sorvete Finlandês – o chocolate branco com brownie é o
melhor. Quando cheguei ao deck para tomar meu sorvete, tive meu presente:
barcos, mar, lua cheia e a aquarela sombra deixada na superfície do mar pela mesma.
Foi uma das melhores fotos que já tirei e um dos momentos raros que tive com a
minha mãe em paz: conversamos sobre minha viagem, sobre a dieta do sangue
(todos deviam saber sobre isso) e sobre os nossos próximos passeios aqui na
ilha. Hoje não tive que fazer tanta coisa, mas foi como se eu morasse aqui e
tivesse uma rotina de férias, essa é uma das particularidades daqui, ser uma ilha
acolhedora. Vou deitar e terminar de ler meu livro depravado e super informativo:
O doce veneno do escorpião, da Bruna Surfistinha ou Raquel.
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