“– Ai que absurdo! Eu quero aquele Volvo com um vampiro
dentro. Tem como?” (Paty Beijo)
Esperamos muito tempo para poder embarcar nos catamarãs, meu
pai havia perdido a hora (coisa normal de Fabiano). Chegando ao porto, não se
falava de outra coisa: “Que lugar é esse? Eu quero morar aqui.” As ruas são
como as de novela, com desfiles de carros (Volvo, Ferrari, Audi, BMW). Aqui você
pode dizer: - Eu tenho um carro. As casas de frente para o mar e os barzinhos
são os complementos de um calçadão. Decidimos achar o centro da cidade, uma
praça com uma feira de artesanato local. Pegamos um táxi tour. Partimos rumo à
orla (onde fica a Ilha da revista Caras), o encontro do rio La Plata com o
oceano, Praia Brava com suas mãos saindo da areia, seguimos depois até os
bairros argentinos e brasileiros. Todos aqueles palácios, festival de
competição de jardinagem, carros estacionados na porta das casas que não possuem muros, tudo
isso fazia me recordar de minha vó, ela se amarra nessas coisas. Para você ter
uma idéia, aqui o salário mínimo é de 400 dólares, só o jardineiro da casa da
família Grandene (empresa brasileira) recebe seus lindos 1.500 dólares ao mês,
imagina quanto que não ganha um gigolô aqui? Se nada der certo em vez de virar
Hippie ou me casar, eu posso vir para cá - simples assim. Passamos pelo Conrad
hotel que faz parte da rede Hilton de hotéis – a diária é de 600 dólares, a
mais simples, você paga a comida do cachorro da Paris Hilton, BABE! Pedimos ao
nosso motorista que nos informasse sobre uma churrascaria boa e barata.
Sentimos a diferença na hora, comparando com os bistrôs argentinos: fomos muito
bem atendidos, prato de primeira qualidade, serviço de mesa rápido e eficiente
– totalmente diferente dos argentinos que possuem o rei na barriga. Até o
chorizzo (seria o nosso contrafilé) é melhor que o deles, fiquei estupefato.
Não tínhamos muito tempo, tínhamos que já voltar para o Costa. Fomos até o
Freedo nos despedir daquele maravilhoso sorvete, nunca havia visto nada
igual. As pessoas de Punta Del Lest possuem grana, sabem como gastar seu
salário, escolhem as melhores coisas, mas não esquecem que a vida tem que se
viver. Você pode possuir muita coisa, mas não ter nada. Aqui eles têm muita
coisa e não deseja guardar para depois. Creio que o Dolce far Niente é usado
aqui. Uma cidade do litoral. Com pessoas bonitas. Com belas e suculentas
comidas.Tudo ao redor é aproveitado: praia, carros,
comida, homens e mulheres. Precisa de algo mais? Punta Del Lest, eu te amo!
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