Meu Deus! Buenos Aires parecia Angra dos Reis quando está
para chover, o céu todo preto. Tive que me contentar com um bom café, o dia
seria longo. Arrumo minha mochila: 4 garrafas de água, máquina, óculos de sol e
dois mapas. Chego ao porto através de um ônibus vermelho – Tudo me lembra
Londres, bloody hell dude! Meu pai despede-se de mim com a seguinte frase: Você
irá ficar bem sozinho? Juro que a minha vontade era de fazer uma retrospectiva
de toda minha vida, para ele ficar ciente dos fatos e como sou um doutor em “se
virar”. Sigo pelo bairro Retiro – Volta Redonda me prossegue – que é muito
barra pesada. Meu cú não passava nem uma agulha, se quer. Se você achar a Torre
Inglesa em Buenos Aires, você acha todos os lugares. A trilha C do metro passa
por ela. Achei o monumento libertador General San Martin, e uma homenagem aos
que foram abatidos na guerra das Malvinas. Pergunto como faço para chegar ao
Obelisco, passo por ruas e mais ruas argentinas – confesso que nunca tinha
usado um mapa na vida, me virei quase bem. Quase perdido encontro uma cabine,
ligo para minha vó no Brasil. Ela quase não acreditou quem era (eu tive que
brincar começando a falar portunhol). Ela não sabia se falava rápido, o que
falava, o que perguntava, eram quatro dias sem notícias. Obelisco, estação do
metro principal, linha D – primeira vez que ando de metro e me lancei nos
subterrâneos de Buenos Aires. Eu havia lido em um blog sobre não deixar de ir a
Plaza Itália e tudo que a rodeia, eu não tinha muito tempo (apenas 3 horas). Vi
a entrada do Jardim Zoológico, fui ao Jardim Botânico e segui até o Jardim
japonês. Eu já tinha ido a um jardim desse tipo em Poços de Caldas (MG), mas
igual esse, nunquinha. Quero um dia namorar naquele lugar, andar de mãos dadas
e comer cachorro quente fora do parque (nada é perfeito). Pego um taxi, estava
longe de Puerto Madero onde decidi almoçar no mesmo bistrô de ontem. Se você dá
corda para os argentinos taxistas, eles rodam com você no melhor estilo “guide
turist”. Mas até que não foi caro, vi onde era Recoleta, onde a Luciana Gimenez
tem casa ou se hospeda, o canal 7 (sede da televisão), a flor que se abre com o
dia e se fecha com a noite (que coisa inteligente, senhor!), onde os
presidentes se hospedam ( Alvear Palace Hotel) e seguimos até o Puerto. Como
meu Ojo de bife novamente com batata frita (existe coisa mais gorda? Depois
tenho que me acabar no spinning e na esteira). Sigo andando até o porto guiado
pela Torre Inglesa. Eu me sentia orgulhoso de mim mesmo. Eu me virei sozinho em
uma cidade desconhecida, romântica e perigosa em partes. No spinning conheço
uma bela moça, Juliana. Trocamos algumas idéias na esteira – uma das
desconhecidas conhecida mais simpática que encontrei nesse navio depois da moça
alemã que me vendeu a jóia da minha mãe. Estamos navegando pelo Rio
La Plata rumo a Punta Del Lest. Espero a pizza começar a sair do forno, queria
alguém comigo agora. Apenas para conversar ou não. Se ela andou em Buenos Aires
tudo ou ficou faltando alguma coisa. Eu sinto falta disso, calor humano, calor
brasileiro. Os brasileiros querendo ou não, fazem amigos rápido, os argentinos
são mais fechados e patriotas. Mesmo com toda a ufania argentina a qual invejo,
mesmo com todo o Tango, os vinhos, os lugares, as comidas, ainda sim, Buenos
Aires eu te amo. Buenos Aires para sempre irei te amar!
"Então você escreve por reconhecimento interior e externo mundano, compartilhamento de informações seja por vontade, seja por carência. Escreve, pois precisa ter alguém nem que seja sua mãe para ler suas anedotas, escreve, pois é algo que você nunca sentiu prazer e excitação e agora, sem explicar o porquê sente-se completamente feliz, como se fosse o seu momento,escreve porque as palavras brotam de sua mente sem explicação."
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
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