quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Buenos Aires, segundo dia, último dia nela.


Meu Deus! Buenos Aires parecia Angra dos Reis quando está para chover, o céu todo preto. Tive que me contentar com um bom café, o dia seria longo. Arrumo minha mochila: 4 garrafas de água, máquina, óculos de sol e dois mapas. Chego ao porto através de um ônibus vermelho – Tudo me lembra Londres, bloody hell dude! Meu pai despede-se de mim com a seguinte frase: Você irá ficar bem sozinho? Juro que a minha vontade era de fazer uma retrospectiva de toda minha vida, para ele ficar ciente dos fatos e como sou um doutor em “se virar”. Sigo pelo bairro Retiro – Volta Redonda me prossegue – que é muito barra pesada. Meu cú não passava nem uma agulha, se quer. Se você achar a Torre Inglesa em Buenos Aires, você acha todos os lugares. A trilha C do metro passa por ela. Achei o monumento libertador General San Martin, e uma homenagem aos que foram abatidos na guerra das Malvinas. Pergunto como faço para chegar ao Obelisco, passo por ruas e mais ruas argentinas – confesso que nunca tinha usado um mapa na vida, me virei quase bem. Quase perdido encontro uma cabine, ligo para minha vó no Brasil. Ela quase não acreditou quem era (eu tive que brincar começando a falar portunhol). Ela não sabia se falava rápido, o que falava, o que perguntava, eram quatro dias sem notícias. Obelisco, estação do metro principal, linha D – primeira vez que ando de metro e me lancei nos subterrâneos de Buenos Aires. Eu havia lido em um blog sobre não deixar de ir a Plaza Itália e tudo que a rodeia, eu não tinha muito tempo (apenas 3 horas). Vi a entrada do Jardim Zoológico, fui ao Jardim Botânico e segui até o Jardim japonês. Eu já tinha ido a um jardim desse tipo em Poços de Caldas (MG), mas igual esse, nunquinha. Quero um dia namorar naquele lugar, andar de mãos dadas e comer cachorro quente fora do parque (nada é perfeito). Pego um taxi, estava longe de Puerto Madero onde decidi almoçar no mesmo bistrô de ontem. Se você dá corda para os argentinos taxistas, eles rodam com você no melhor estilo “guide turist”. Mas até que não foi caro, vi onde era Recoleta, onde a Luciana Gimenez tem casa ou se hospeda, o canal 7 (sede da televisão), a flor que se abre com o dia e se fecha com a noite (que coisa inteligente, senhor!), onde os presidentes se hospedam ( Alvear Palace Hotel) e seguimos até o Puerto. Como meu Ojo de bife novamente com batata frita (existe coisa mais gorda? Depois tenho que me acabar no spinning e na esteira). Sigo andando até o porto guiado pela Torre Inglesa. Eu me sentia orgulhoso de mim mesmo. Eu me virei sozinho em uma cidade desconhecida, romântica e perigosa em partes. No spinning conheço uma bela moça, Juliana. Trocamos algumas idéias na esteira – uma das desconhecidas conhecida mais simpática que encontrei nesse navio depois da moça alemã que me vendeu a jóia da minha mãe. Estamos navegando pelo Rio La Plata rumo a Punta Del Lest. Espero a pizza começar a sair do forno, queria alguém comigo agora. Apenas para conversar ou não. Se ela andou em Buenos Aires tudo ou ficou faltando alguma coisa. Eu sinto falta disso, calor humano, calor brasileiro. Os brasileiros querendo ou não, fazem amigos rápido, os argentinos são mais fechados e patriotas. Mesmo com toda a ufania argentina a qual invejo, mesmo com todo o Tango, os vinhos, os lugares, as comidas, ainda sim, Buenos Aires eu te amo. Buenos Aires para sempre irei te amar!
 



   

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