Hoje, eu praticamente cai da cama. Acordei ás 07hs30min e
fui tomar um banho gelado. O mar estava estável, então o Costa não estava
balançando muito. Pensei em pedir um café na cama do restaurante Michelangelo,
mas iria ter que ficar mais alguns minutos em minha cabine, a claustrofobia não
deixou. Tênis, boné e roupa de academia. Chego ao corredor e Fitha (meu
mordomo) já estava acordado, preparando seu carrinho de limpeza. Sinceramente,
o sorriso desse meu novo amigo me contagiou, não tinha como ficar de mau humor
notório matutino. Na mesa, comendo meu pão integral e meu queijo alemão,
estava um casal de argentinos. Não é nada pessoal, mas eu odeio o idioma
espanhol – palavras difíceis, não consigo acompanhar, recorda-me cigarros e
cervejas. A dona era linda, parecia também descente de alemã como eu. Começamos
a conversar justamente disso a partir de uma pergunta vindo dela se eu era de
descendência italiana. Como meu espanhol é péssimo e eles não falam inglês, a
conversa ficou com um gostinho de quero mais e tudo em um idioma só, de
preferência. Saio para ver o dia, subo até o 12º andar, o dia ainda estava
nublado. Sentado em uma cadeira estava um senhor de idade, olhando e apreciando
o horizonte. Tomo um susto quando ele pergunta-me se eu já tinha visto baleias
e aí conversamos durante 30 minutos: Ele é (ou já foi) dono de umas
concessionárias de carro e já foi mecânico – para quem já leu o livro “o
caminho do guerreiro pacífico”, viu que o tal Sócrates era também mecânico, na
hora eu recordei-me desse livro. Será ele meu mestre? Sempre aprendi que os
mais velhos são museus ambulantes, sabedorias milenares. Deu minha hora para
academia, tive que partir. Bicicleta, Spinning (- Querida professora, a
senhorita me arregaço!) e Pilates. Estou me sentindo nas nuvens, tudo que Liz
Gilbert pode comer na Itália, eu estou comendo aqui – é comida de passarinho,
pedreiro comendo no restaurante fino como o Michelangelo, passa fome. À tarde,
tive a minha primeira aula de italiano, a língua é fácil, mas tem tanta coisa
na minha cabeça que eu apenas pude me divertir com as perguntas de algumas
argentinas. Eu estava evitando passar pelas lojas, não resisti. Estava tendo um
estande com colares e brincos da joalheria Swarovski. Cada mulher é uma jóia
por dentro, mas essa jóia também tem que ser mostrada por fora. Comprei um
colar para minha mãe, ela nunca ganhou um brinco de ouro se quer na vida – ela
é a minha guerreira, isso foi pouco, mas foi a coisa mais brilhante que já vi.
Resolvi relaxar na sauna. Terno e gravata. A noite de gala começara. Todos
reunidos, perfumados e exalando glamour pelos corredores. Foi uma das noites
que mais comi, creio que eu comi “chorisso” argentino – é o nosso filé mignon
muito mais saboroso e macio e mais gordinho, pois para os nossos “hermanos”,
carne boa é carne de filhote de boi e eu concordo com isso, mesmo achando uma
banalidade. De presente recebemos um musical – In Concert – quase no nível dos
pequenos musicais da Broadway. Cheguei a minha cabine e contando, ainda tenho
1.000 reais para gastar nas próximas paradas, eu mereço regalias como hoje.
Mesmo que isso tudo seja em dólares. Mesmo que isso tudo seja Milão amor,
Milão!
"Então você escreve por reconhecimento interior e externo mundano, compartilhamento de informações seja por vontade, seja por carência. Escreve, pois precisa ter alguém nem que seja sua mãe para ler suas anedotas, escreve, pois é algo que você nunca sentiu prazer e excitação e agora, sem explicar o porquê sente-se completamente feliz, como se fosse o seu momento,escreve porque as palavras brotam de sua mente sem explicação."
domingo, 16 de janeiro de 2011
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