domingo, 16 de janeiro de 2011

Noite de Gala, Noite Milano.


Hoje, eu praticamente cai da cama. Acordei ás 07hs30min e fui tomar um banho gelado. O mar estava estável, então o Costa não estava balançando muito. Pensei em pedir um café na cama do restaurante Michelangelo, mas iria ter que ficar mais alguns minutos em minha cabine, a claustrofobia não deixou. Tênis, boné e roupa de academia. Chego ao corredor e Fitha (meu mordomo) já estava acordado, preparando seu carrinho de limpeza. Sinceramente, o sorriso desse meu novo amigo me contagiou, não tinha como ficar de mau humor notório matutino. Na mesa, comendo meu pão integral e meu queijo alemão, estava um casal de argentinos. Não é nada pessoal, mas eu odeio o idioma espanhol – palavras difíceis, não consigo acompanhar, recorda-me cigarros e cervejas. A dona era linda, parecia também descente de alemã como eu. Começamos a conversar justamente disso a partir de uma pergunta vindo dela se eu era de descendência italiana. Como meu espanhol é péssimo e eles não falam inglês, a conversa ficou com um gostinho de quero mais e tudo em um idioma só, de preferência. Saio para ver o dia, subo até o 12º andar, o dia ainda estava nublado. Sentado em uma cadeira estava um senhor de idade, olhando e apreciando o horizonte. Tomo um susto quando ele pergunta-me se eu já tinha visto baleias e aí conversamos durante 30 minutos: Ele é (ou já foi) dono de umas concessionárias de carro e já foi mecânico – para quem já leu o livro “o caminho do guerreiro pacífico”, viu que o tal Sócrates era também mecânico, na hora eu recordei-me desse livro. Será ele meu mestre? Sempre aprendi que os mais velhos são museus ambulantes, sabedorias milenares. Deu minha hora para academia, tive que partir. Bicicleta, Spinning (- Querida professora, a senhorita me arregaço!) e Pilates. Estou me sentindo nas nuvens, tudo que Liz Gilbert pode comer na Itália, eu estou comendo aqui – é comida de passarinho, pedreiro comendo no restaurante fino como o Michelangelo, passa fome. À tarde, tive a minha primeira aula de italiano, a língua é fácil, mas tem tanta coisa na minha cabeça que eu apenas pude me divertir com as perguntas de algumas argentinas. Eu estava evitando passar pelas lojas, não resisti. Estava tendo um estande com colares e brincos da joalheria Swarovski. Cada mulher é uma jóia por dentro, mas essa jóia também tem que ser mostrada por fora. Comprei um colar para minha mãe, ela nunca ganhou um brinco de ouro se quer na vida – ela é a minha guerreira, isso foi pouco, mas foi a coisa mais brilhante que já vi. Resolvi relaxar na sauna. Terno e gravata. A noite de gala começara. Todos reunidos, perfumados e exalando glamour pelos corredores. Foi uma das noites que mais comi, creio que eu comi “chorisso” argentino – é o nosso filé mignon muito mais saboroso e macio e mais gordinho, pois para os nossos “hermanos”, carne boa é carne de filhote de boi e eu concordo com isso, mesmo achando uma banalidade. De presente recebemos um musical – In Concert – quase no nível dos pequenos musicais da Broadway. Cheguei a minha cabine e contando, ainda tenho 1.000 reais para gastar nas próximas paradas, eu mereço regalias como hoje. Mesmo que isso tudo seja em dólares. Mesmo que isso tudo seja Milão amor, Milão!          




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