quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Malas argentinas atrasadas.


Juro que fiz um cronograma do que fazer nesses dias de intervalo em Volta Redonda, mas não segui nenhum item. Retornei a minha cidade e fiz o que sempre faço quando vou viajar, despedidas incalculáveis e memoráveis. Amigos se hospedam em minha casa, cinema com minhas irmãs e amigas, “fecha-bar” com pessoas antigas. É um ritual, pois cada pessoa gosta de comer um tipo de coisa, gosta de falar de um tipo de assunto, e isso me ajuda a recordar dos sabores dessa minha terra tão diversificada. Nunca tive uma bela mala de viagens, sempre peguei alguma emprestada de alguém. Hoje comprei a primeira – foi amor à primeira vista, uma Bagaggio linda e cinza. Acho que todas as lojas deviam distribuir brindes aos seus clientes, a pessoa se sente tão feliz e achando-se especial que acaba sendo conquistada – é quase a mesma reação quando você recebe uma bola a mais de sorvete, ou se seu bolo veio com uma cereja e o do seu irmão não, é gostosa. Combinei de assistir “De pernas para o ar” com a talentosíssima Ingrid Guimarães, virei fã desde o espetáculo “Cócegas”. Um dos poucos filmes brasileiros não enlatados – “muita calma nessa hora” também é um filme bom, mas um pouco apelativo. Depois de pipocas e risos fomos ao famoso “SYDS fecha bar”, um barzinho que toda vez que nos reuníamos lá, perdemos a noção da hora e os garçons se tornam quase amigos de shop. Minha irmã era a mulher de minha noite (na verdade ela é minha tia, mas fomos criados juntos, temos exatamente um ano de diferença, pois nascemos no mesmo dia e mês, ou seja, almas-gêmeas com a mesma marca de nascença). Eu não a via desde quando entrei em depressão, foi como se eu estivesse viajando há muito tempo e, por acaso, nos encontramos em um barzinho perto da rodoviária e matamos nossa saudade. Os amores de verão de Karynn Kaiser conseguiram superar todo o meu platônico, foi mais quente que o fogo da CSN. Um dia ela se tornará uma das Cariocas. Quando terminamos nosso aipim com calabresa já estava na hora do meu ônibus. É estranho quando dois irmãos se despendem e vão para suas respectivas casas, fica aquele ar de vazio dentro de você. Minha mala não está arrumada, tudo para a última hora – quando se viaja desde os cinco anos de idade, mala é um assunto que sou PHD. Amanhã tem mais despedida e encontros, mais risos e mais lembranças.  Meu último dia em VR, o último dia que antecede a viagem de meus sonhos, meu teenage dream.

“ – E esse foi meu verão: sol, praia e homens.
   - Seu verão? Ele apenas começou. Esse foi o seu começo, o nosso recomeço. Se joga gata!  - como disse a mulher do filme.”


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