sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Relógio. Água.


   .Você já teve vontade de voltar no tempo para os momentos bons e adiantar os momentos ruins?
   .De poder ter de novo algo ou alguém? 
   .De poder imaginar uma coisa para que a mesma se concretize no futuro exatamente como você pensou?

Queria ter o simples poder de andar no tempo, mesmo que eu tenha que me tornar invisível ou uma mera lembrança. Fico viajando nos filmes “Jumper” e “Te amarei para sempre”. Sei que o tempo é relativo ao espaço que ele dura e a intensidade com que acontece. Acabo de chegar do meu primeiro final de semana sem ela. O mais engraçado é que nosso último encontro foi em uma ilha idêntica como a ilha descrita por Liz Gilbert onda ela pode dizer sua palavra favorita: “Attraversiamo”. Eu nem tinha me dado conta disso. Fui ao Rio Water Planet. No começo veio meu pensamento de nerd: Com tanta gente passando cede, com tantos países tendo que importar água, eu estou aqui em um lugar que tem água para divertimento pessoal. Foi um bom tempo para uma diversão com minhas irmãs, eu estava muito vidrado em conhecê-las (ou melhor dizendo, reconhecê-las) melhor que acabei esquecendo da parte boa. Foi um dos poucos momentos que tive para esquecer aquela pessoa, mas avaliando meu progresso quanto isso, posso dizer que foi uma perda de tempo. A música “Halo - Beyonce” sempre faz o relógio voltar ao momento que estávamos juntos. Na praia, foi a primeira vez que fui sozinho, desde a última semana. Primeira vez que não dizemos juntos que os vácuos de raios solares nas nuvens, formando verdadeiras frestas no mar estavam maravilhosos. É fácil de entender, difícil de explicar. Eu poderia arrumar outra pessoa apenas para diversão, sexo ou compainha, mas eu a quero – mesmo sabendo que ela já voltou para a verdadeira mansão a qual reside no Rio. Os olhares que eu atraio, o sorriso que conquisto, apenas olhando para as pessoas, eu queria que fossem delas. No começo dessa jornada eu decidi não me apaixonar por ninguém, mas começou de uma maneira sem controle e sem nexo, mas mesmo assim, continua sendo uma paixão utópica. Hoje entendo os poetas românticos que idealizavam sua amada, ou as cantigas protagonizadas por uma mulher que espera seu amado voltar, no lugar onde eles se apaixonaram. O mar estava “ressaqueiro”, a água estava escura e pude lembrar quando pegamos ondas nesta mesma água - estava cheia de folhas, ficamos igual dois soldados camuflados e rimos um do outro. É ridículo relembrar essas coisas, não irão voltar. Eu tenho apenas mais dois dias aqui em Angra. Os sinos de Natal já estão começando a tocar. Imagino uma mesa, velas, chuva, vermelho, luzes, eu, ela e um relógio na parede. Estamos ansiosos para celebrar a ceia com a nossa família. Mandam nos chamar, são meia noite em ponto, pego em seu braço e rimos, estamos atrasados. Eu a pego me olhando de rabo de olho na mesa e sorrio para ela, brindamos com água (não água do mar como foi a primeira vez que nos encontramos), mas a mesma água que os poetas brindaram a verdadeira alegria de viver ao lado de uma pessoa em um dado momento da historia. 



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