quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Doce Dezembro.


“- Arthur, eu vou pegar essas roupas que estavam na corda e vou deixá-las em seu quarto, já que vocês irão viajar.” (Vó Gilda)

Com os meus 17 anos tive um amor a cada mês, era quase uma regra – saberia descrever cada “amor” daquele mês especifico. Chegando aos meus 18 anos, trazendo com ele na marola, tive minha Grande Depressão de 2010 que ainda irei descrever os prós e contras desse acontecimento de minha vida, ao longo desse blog. Neste ano não tive um amor a cada esquina e nem amei desesperadamente alguém, como agora. Só que chegou ao fim, como no filme “Doce Novembro” – mesmo querendo ficar, mesmo querendo dizer tudo que sinto, mesmo querendo continuar esta historia que estávamos escrevendo juntos, terei que partir. Choro no travesseiro – eu confesso. Estou arrumando a mala rumo ao Rio de Janeiro para todos aqui de casa irem a um parque aquático – ela já iria embora no domingo, ainda teria o sábado para estar mais um pouco com ela.  O que eu posso fazer com o destino? Eu teria que partir na terça-feira, como o combinado. Ficaria sem ela do mesmo jeito, pelo menos até o carnaval ou o próximo verão. Hoje de manhã, eu percebi que deveria aproveitar ao máximo: praia, conversa fiada, machucados de minha parte – fazem parte do pacote. Como todo filme tem um final até que tenha a segunda parte, creio que a parte um está encerrada a sessão. Foram cinco dias, cinco maravilhosos dias. Pude perceber que eu controlei todas as minhas disfunções: ciúmes controladores, saber conversar, demonstrar na hora certa o que eu sinto, não ser possessivo na hora errada e entender que a minha mísera e singela paixão de verão (e hoje na praia, pude ver que era correspondido em partes) por ela, era uma paixão proibida – ela não sabe lidar com isso tudo,ela ainda é um bebe. De tarde antes de despedir-me, passei horas sozinho caminhando, indo na minha praia de meditação e tive que passar no píer onde eu e a minha “irmã do coração”, Karynn, fugíamos de nossos pais para apenas ter nossos momentos sozinhos, eu tive o meu “A time to myself” hoje – se não, não conseguiria controlar-me. Cuidar do Kayky sempre me distrai, passei um tempo com meu “filho emprestado” para rir e balançar um pouco no balanço – minha cabeça estava lá naquela casa, mas sabia que ela estava com os parentes recém chegados, decidi dar um espaço. A despedida, no melhor estilo Romeu e Julieta, foi na sacada. Mesmo parecendo esse post tão “a la filme dramático”, não estou querendo ser romântico em nada, não tem os “felizes para sempre” no final e no plural. Foi apenas um tchau e uma explicação. O que aconteceu depois eu não sei, mas minha orelha está ardendo até agora – detalhe que a esquerda arde mais, será que “é a boa”? Não me importa. Só de viver isso tudo já valeu a pena. Só espero que algum dia eu possa dizer que ela foi meu doce dezembro, minha doce criança.


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