“- Arthur, eu vou pegar essas roupas que estavam na corda e vou
deixá-las em seu quarto, já que vocês irão viajar.” (Vó Gilda)
Com os meus 17 anos tive um amor a cada mês, era quase uma
regra – saberia descrever cada “amor” daquele mês especifico. Chegando aos meus
18 anos, trazendo com ele na marola, tive minha Grande Depressão de 2010 que
ainda irei descrever os prós e contras desse acontecimento de minha vida, ao longo desse blog. Neste
ano não tive um amor a cada esquina e nem amei desesperadamente alguém, como
agora. Só que chegou ao fim, como no filme “Doce Novembro” – mesmo querendo
ficar, mesmo querendo dizer tudo que sinto, mesmo querendo continuar esta
historia que estávamos escrevendo juntos, terei que partir. Choro no
travesseiro – eu confesso. Estou arrumando a mala rumo ao Rio de Janeiro para
todos aqui de casa irem a um parque aquático – ela já iria embora no domingo,
ainda teria o sábado para estar mais um pouco com ela. O que eu posso fazer com o destino? Eu teria
que partir na terça-feira, como o combinado. Ficaria sem ela do mesmo jeito,
pelo menos até o carnaval ou o próximo verão. Hoje de manhã, eu percebi que
deveria aproveitar ao máximo: praia, conversa fiada, machucados de minha parte –
fazem parte do pacote. Como todo filme tem um final até que tenha a segunda
parte, creio que a parte um está encerrada a sessão. Foram cinco dias, cinco
maravilhosos dias. Pude perceber que eu controlei todas as minhas
disfunções: ciúmes controladores, saber
conversar, demonstrar na hora certa o que eu sinto, não ser possessivo na hora
errada e entender que a minha mísera e singela paixão de verão (e hoje na
praia, pude ver que era correspondido em partes) por ela, era uma paixão
proibida – ela não sabe lidar com isso tudo,ela ainda é um bebe. De tarde antes
de despedir-me, passei horas sozinho caminhando, indo na minha praia de
meditação e tive que passar no píer onde eu e a minha “irmã do coração”, Karynn,
fugíamos de nossos pais para apenas ter nossos momentos sozinhos, eu tive o meu
“A time to myself” hoje – se não, não conseguiria controlar-me. Cuidar do Kayky
sempre me distrai, passei um tempo com meu “filho emprestado” para rir e
balançar um pouco no balanço – minha cabeça estava lá naquela casa, mas
sabia que ela estava com os parentes recém chegados, decidi dar um espaço. A
despedida, no melhor estilo Romeu e Julieta, foi na sacada. Mesmo parecendo
esse post tão “a la filme dramático”, não estou querendo ser romântico em nada,
não tem os “felizes para sempre” no final e no plural. Foi apenas um tchau e
uma explicação. O que aconteceu depois eu não sei, mas minha orelha está
ardendo até agora – detalhe que a esquerda arde mais, será que “é a boa”? Não
me importa. Só de viver isso tudo já valeu a pena. Só espero que algum dia eu
possa dizer que ela foi meu doce dezembro, minha doce criança.
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