“- O Kayky sempre foi muito agarrado com você, né Arthur?
- Sim, desde pequeno, vó.
- Ei, desde pequeno nada. Desde neném, thu.”
- Sim, desde pequeno, vó.
- Ei, desde pequeno nada. Desde neném, thu.”
A melhor coisa de se acordar em uma casa sozinho é que você
está livre temporariamente de pessoas e obrigações diárias. Não gosto de dormir
sozinho, mas acordar sozinho é um luxo – Não sei vocês, mas eu me preocupo com
o meu odor, avalio o estado de graça da minha boca e como está meu cabelo
quando acordo com uma pessoa, é quase um ritual secreto, pois perde a graça ou
você fica sem graça quando a pessoa percebe o que você anda fazendo ás
escondidas antes dela acordar com: remela, bafo e cheiro de cama e você, ás
vezes, nem ligar para isso, amor é cego (e com nariz entupido, eu diria).
Levanto, faço um shake com todas as fibras possíveis – meu intestino e como de
muitos não funciona com um “reloginho” quando viajamos. Assisto os últimos
clipes do momento no TVZ – se não existisse música, eu teria que inventá-la. O
mais engraçado é que não tinha feito esse ritual desde a minha chegada, apenas
faltara o PC ligado ao mesmo tempo baixando filmes (uma das melhores invenções
– filmes a baixar), depois fui para o meu banho, concluindo o ritual. Mais
tarde, minha casa parecia uma creche, como se não bastasse minhas irmãs, uma
amiga delas dormira aqui e o Kayky chegou depois do almoço. Como de praxe, tive
que largar tudo para dar atenção, ele não aceita ser divido com outra coisa –
parece até alguém que conheço. Fomos todos à praia: Arthur e sua creche.
Finalmente, Kayky se divertiu com algo e eu ria a cada rolada e caixotes na
água, pensando se ele seria o filho que talvez eu não tenha um dia. Banho,
lanche, descanso. Meus amigos do centro da cidade vieram visitar essa pessoa
capiau e que mora afastada a qual vos escreve. Encontro minha amiga – uma
mulher que encontrei em uma reunião de amigos no centro de Angra (eu estava na
casa da anfitriã que havia conhecido em menos de 2 minutos antes de a reunião
começar e mal sabia eu, que iria passar a primeira noite fora de casa), nós
conversamos por algumas horas e depois nos aceitamos no Orkut, a partir daí,
sou o “namorado virtual” dela. Minha doce Marisa. O melhor de tudo nesses meus
amigos, Marisa e Cazé, é que eles não se importam com grandeza, qualquer coisa
os agrada e sabem principalmente do que eu preciso na hora certa. Comemos
“rodeio” olhando o horizonte entre as duas ilhas que se encontram nessa parte
da costa. Planos, cerveja e o mar. Na areia: 3 caminhantes, 3 pessoas ligadas
de alguma maneira, mas
antes de tudo, 3 pessoas companheiras “viva la vida”.
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