sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Volta Redonda, 18 anos, aborrecente


   Quase chegando o próximo dia e estou aqui tentando entender mudanças comportamentais, rotineiras, supérfluas aos olhos de “um adulto”. Acho que para entender tudo isso, precisaria entender o porquê de bocejarmos quando vemos alguém fazer esse ato, por que os homens fazem sexo e as mulheres amor ou o real sentido da frase: Por onde andei enquanto você me procurava (afinal você não irá encontrar quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você, não é?). Sinceramente me sinto um nômade, mas não um nômade como os antigos índios setentrionais americanos ou os mongóis da Ásia, mas sim como um cigano moderno ou uma criança perdida com medo do futuro “adulto” que vêem pela frente após sofrer a dolorosa separação de seus pais (“quando você não sabe aonde ir, qualquer lugar basta”... quanto a essa frase, tenho minhas dúvidas).
   Quanto ao meu passado quero que permaneça em seu devido lugar óbvio, mesmo tendo cometido: injustiças; aprisionamentos, excesividades, infantilidades, gulas no quesito amor; amadurecimento precoce infantil; sofrimentos oriundos de um mundo que eu mal havia conhecido 1/3 de toda a sua magnitude e nem devo conhecer; livros de auto-ajuda (sim, eu os li a baldes. Se hoje eu sou tão “psicólogo” é culpa de meus livros de cabeceira: ora informativos, ora dramas, ora aventuras, ora psicologia, ora os melhores Best seller.); Inesquecíveis noites de yelda (No Afeganistão a primeira noite do inverno, a mais longa do ano, é conhecida como a noite de yelda. Para os poetas, é à noite sem estrelas; a mais longa do ano e completamente escura, quando os que sofrem de amor esperam dolorosamente pelo sol para que ele possa trazer a pessoa amada ou como vocês preferirem classificar esse termo: alma-gêmea, válvula de escape, passatempo, bilisquete, objeto sexual); Noites de arrependimento, noites que não deixarei para trás; Noites de alegria suprema, quando você não consegue nem dormir devido ao excesso de serotonina e adrenalina brincando de montanha russa em seu sangue e finalmente as noites de prazer (não ia dá uma de santinho agora né? #alouka), essas sim são as noites que você só deseja um cobertor de orelha no seu cangote gemendo: Obrigada por estar aqui, eu te amo! E depois, começa o rala e rola de novo ( tcheco theco na buchaxa, dá uma maranhada, um pente, um catucadão e só não vale um chifre e rala, baixo de mais! um chifre é pouco #ahmuleke); Noites que você deita em seu travesseiro e fala: Amanhã será um novo dia (ah vá, é mesmo? E se for em algum dia de 2012? O dia depois de amanhã pode ser bem proveitoso para rever seus atos e isso acarretaria em um grande impacto profundo para você sofrer um pouco e aprender com isso,o fácil é trair e coçar - é só começar - o difícil seria mesmo dizer p.s: eu te amo, antes que termine o dia e após ouvir a verdade nua e ter passado 500 dias com ela do começo ao fim).
   Vejo meu presente como uma manhã: talvez romântica demais como a de Nova York, quente demais como a de Dubai, agitada demais como a de São Paulo e sonhadora demais como a de Londres. Vejo meu futuro como um entardecer (não como em twilight, esperando que vampiras e lobas infiltrem em minha vida para que ela, assim, faça sentido), mas como uma tarde que você não sabe o que fazer (não sabe se dorme, se assiste um bom filme, se faz os deveres de casa ou fica no PC, se trepa com uma pessoa desconhecida ou se liga para alguns amigos e saem da rotina), uma tarde que você passa na praia cantando: “que será, que será, que será, que será de mi vida, que será?”, uma tarde que você procura o seu lugar (quem não tem um lugar preferido em uma cidade e apenas o compartilhou com pessoas extremamente especiais na vida?), uma tarde na qual você olha o pôr do sol e sente-se livre como nunca antes havia sentido, sente-se renovado como uma computador high tech e principalmente amado por você mesmo (o seu eu, o seu eu mesmo e a Irene pode vir de brinde).
     E uma tarde na qual você sabe que a noite se aproxima e você não pode fazer nada para mudar essa ordem de tempo e conseqüentemente fica triste, mas depois recebe de recompensa um céu estrelado e uma lua cheia (que para muitos, ela é um presságio, detentora de lembranças, emoções como aquelas guardadas pelo coração de uma pessoa que o doou e a partir daí seu receptor passa a sentir as mesmas emoções uma vez sentidas e até a produzir a mesma linguagem corporal de seu doador).

   Penso que meu ano inspirado no livro de Liz Gilbert (comer, rezar, amar) está começando rápido de mais, mas está seguindo como sempre foi a minha vida: rápida de mais, intensa de mais e mutável de mais. Vai ser um ano que vou poder entender melhor meus sentimentos, tristezas, alegrias, excitações, sonhos e principalmente meu EU interior. Estou certo que alegria não vai faltar, sonhos poderão se concretizar e fugidinhas poderão acontecer. E aqui vou eu: um novo mochileiro carregando em sua mala, as lembranças. Em seu olhar, cada aprendizado. Em seu coração, pessoas.

E assim começa minha jornada fatídica, o meu “comer e rezar e amar” parte 1...
(Arthur Kaiser)




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