“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz
é infeliz à sua maneira." (Tolstói)
Hoje estou rodeado de crianças. Acordo com o barulho do
telefone. Era minha tia questionando-me por que eu ainda não passei na casa
dela. Vendo todos os acontecimentos meus passados, ela seria a última pessoa
que ligaria para mim, já tivemos tantas brigas, afinal dois bicudos não se
batem e sim, se questionam. Fui para casa dela sobre um sol escaldante. Fui
recebido com verdadeiras puladas acrobáticas da cachorrinha que tanto me ama. E
como de costume, ela me contou dos últimos “baphos de onça” de sua família.
Kayky, meu priminho, estava almoçando e estava tão empolgado com a minha
presença que até surpreendeu-me. Fui
tomar um banho de mar antes de almoçar. Nossa! A praia não mudou nada, mas eu
estava sentindo alguma coisa diferente, devia ser eu. Antes de a minha prima
chegar, minha tia desabou em meus ombros contando sobre ela: “- Eu não agüento
mais! Ela não me ama, ela se junta com o pai e fica me difamando e eu não posso
fazer nada. Para todos ela é um caso perdido.” Eu olhei aquilo abismado e
chocado. “Nobody is a lost case”. Imagine só, uma mãe abrindo mão da filha no
momento que ela mais precisa? Não, isso não pode acontecer. Como sempre eu
aceitei o desafio, psicologia em ação. A pessoa em questão chega da escola,
Karol, conversamos na mesa: mãe, filha e eu. Acho que fazia tempo que as duas
mal se encaravam. Não estou tentando ser uma “Super Nany” da vida, longe de
mim, mas alguma coisa tinha que ser feita. Simplesmente conversamos sobre
coisas de terror, um dos temas preferidos da filha da minha tia. Ficamos 3
horas contando fatos e eu observando os sinais corporais (uma coisa é certa:
quando você aprende os truques, não para de reparar as pessoas nunca), depois
disso, as duas estavam aliviadas. Naquelas horas, ela era a menininha que eu
conhecia desde quando nasceu; a menininha que sempre me chamo de “thu”, a
menininha amável que todo adolescente pode ser quando você oferece atenção,
comodidade ao falar, segurança em seus atos. Concordo, que adolescente tem as
fases, eu tive a minha fase também. Eu fui um caso perdido, mas tive alguém
para falar: “- Eu estou aqui, você pode confiar.” Uma pessoa que escuta
“Imagine – John Lennon” não deve ser tão ruim assim, né? Para relaxar, levei o
Kayky para tomar sorvete, brincar na praçinha, e agora ele está chorando. Como
criança né? Sempre quando brinco com ele, desperta aquele sentimento de ser
pai, eu sonho com isso muita das vezes, mas agora, Percy Jackson e o ladrão de
raios na TV para acalmá-lo. “Primo-pai” não é apenas diversão, Arriba!
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