sábado, 4 de junho de 2011

Verdes, como a luz dos seus olhos.


- OI. Você possui lindos olhos sabia?
- Sabia. Obrigada.
- Por nada. Aliás, parece que eu já te vi em algum lugar. Seu rosto retangular, seus cabelos jogados e sua maneira de andar são quase que peculiar nessa cidade.
- Nossa! Deve ser mesmo. Cidade pequena, pessoas conhecidas. Não fugimos disso. Eu não ligo para isso.
- Para isso o que? De ser reconhecida por um estranho?
- Quase isso. Não ligo porque as pessoas, ultimamente, olham todo mundo, conversam com todo mundo, interagem com todo mundo, mas ninguém conhece inteiramente uma pessoa, na íntegra.
- Concordo. Porém discordo na ultima parte. Conhecer uma pessoa por completo acho que nunca iremos conhecer. Minha vizinha que estava casada há 20 anos descobriu uma traição do marido cujo era glorificado e posto no pedestal de tamanha fidelidade a qual julgava passar para ela. Concordo quando dizes sobre a falta de comunicação entre as pessoas. Lamento tudo isso. Gosto de conversar.
- Sim. Não vê que a solidão está se tornando a melhor amiga de muitas pessoas por causa disso? Tem horas que me sinto assim, parece que não vale nada tudo que faço, tudo que falo. Espere um minuto! Por que estamos tendo esse tipo de conversa? Não somos amigos e muito menos íntimos. Você chegou com essa conversa sobre meus olhos e não deve nem saber descrever a cor deles. Cafajeste urbano!
- No sol eles parecem ser algum berilo. Uma pedra verde que pode ser cobiçada pelos maiores arqueológicos e que não duvido que seja por muitas pessoas também. Porém quando você vira e olha de lado ele muda de cor, fica um verde mais escuro, mais misterioso. É como você mergulhar na lagoa verde e não poder ver o fundo. Você se joga com a maior coragem para tentar descobrir até onde podes ir. Entretanto quando olhas diretamente para mim, o sol se rende ao brilho dos seus olhos e ele se torna um cristal capaz de refletir inúmeras cores provenientes da cor original. Quando você sorrir, eles se fecham em um ato involuntário e se abrem como um olho de um neném quando acaba de acordar de seu sono vespertino.
- Está bem! Já chega! Verde claro eu já teria aceitado de bom tamanho, guri.
- Você se contenta com muito pouco, você merece mais. Quer tomar um café? É por minha conta hoje....
- Só se for bem forte. Maior do que seu discurso anterior.
- Brasileiras... Sempre tentando manter o bom humor diante de uma surpresa. Va benne! Andiamo?



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